O impacto de enchentes, vendavais, tsunamis e
vulcões sobre as populações afetadas tende a ser
exagerado pela mídia, que transforma casos
intermitentes e isolados em supostas tragédias que
garantem notícias sensacionalistas.
“É comum, ao analisar as consequências das chamadas
tormentas, perceber que, na maioria dos casos, a
população com menor poder aquisitivo é a que mais
sofre. (...) Em outras palavras, as classes menos
favorecidas acabam ocupando áreas de risco como
margens de rio, pedreiras abandonadas, beiras de
barrancos ou montanhas, entre outras, que estão mais
suscetíveis às catástrofes naturais.” (OCTAVIANO,
Carolina. As consequências sociais das tormentas.
Revista Eletrônica ComCiência, n.o
117, abril de 2010.
Disponível em: <http://www.comciencia.br/handler.php?section=8&edicao=55&id=701>. Acesso em: 21/06/2010).
Considerando o texto acima e seus conhecimentos sobre
a estrutura urbana brasileira, assinale o que for correto.
Considerando o texto acima e seus conhecimentos sobre a estrutura urbana brasileira, assinale o que for correto.
Gabarito comentado
Resposta: E — Errado
Tema central: vulnerabilidade urbana e riscos socioambientais. A questão exige entender que desastres naturais têm efeitos sociais diferenciados: as populações de baixa renda ocupam áreas de risco e, por isso, sofrem mais — não que os impactos sejam meramente “exagerados” pela mídia.
Resumo teórico (essencial): risco = perigo × vulnerabilidade. Vulnerabilidade urbana é socialmente produzida pela segregação espacial, precariedade habitacional e falta de infraestrutura. Fontes úteis: Sendai Framework (UNDRR, 2015) sobre redução de risco de desastres; Wisner et al., At Risk (2004) sobre causas sociais das vulnerabilidades; dados do IBGE sobre ocupação e favelização.
Por que a alternativa E (Errado) é a correta? Porque a afirmação do enunciado generaliza que "o impacto tende a ser exagerado pela mídia", minimizando a dimensão real e socialmente determinada dos desastres. Evidências técnicas mostram que os maiores efeitos decorrem de fragilidades urbanas — ocupação de encostas, margens de rios e áreas alagáveis — que expõem populações pobres a inundações e deslizamentos. Em suma: há subestimação da causa social quando se atribui o impacto principalmente à mídia.
Pontos-chave que derrubam a afirmação: 1) Impactos são mensuráveis (mortos, desabrigados, perdas econômicas) e concentrados em populações vulneráveis; 2) No Brasil, os perigos mais comuns são enchentes e deslizamentos — tsunamis e vulcões são irrelevantes na maioria do território, logo incluí-los dá caráter sensacionalista à frase e enfraquece sua validade factual.
Dica de prova: ao ler afirmações gerais com termos como “tende a ser exagerado”, cheque duas coisas: coerência geográfica (o perigo existe nesse país?) e explicação causal (culpa-se mídia ou estruturas sociais?). Essas verificações frequentemente revelam a pegadinha.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!






