As produtoras cinematográficas norte-americanas
dominam o mercado mundial do audiovisual porque
oferecem um produto de melhor qualidade
tecnológica que as produtoras de países em
desenvolvimento, como o Brasil.
“Todos reconhecem que a globalização econômica e
financeira, e principalmente o progresso das tecnologias
de informação e de comunicação, ao facilitar a circulação
dos bens e serviços culturais, favorece o contato e o
intercâmbio entre as culturas. Isso não representa um
problema em si, já que a cultura, assim como a
identidade, é construída na interação. O problema é que
essa interação tem acontecido de maneira profundamente
desigual, com um fluxo de bens e serviços culturais
direcionado principalmente dos países desenvolvidos
para os países em desenvolvimento. O exemplo mais
visível desse desequilíbrio é a oferta de filmes no mundo,
pois as grandes produtoras cinematográficas são norteamericanas e detêm algo como 90% do mercado mundial
do audiovisual (filmes e programas para televisão).”
(DUPIN, Giselle. Para entender a Convenção. Revista
Observatório Itaú Cultural, n. 8, abr./jul. 2009, p. 13).
Considerando o texto acima e seus conhecimentos sobre
o tema cultura midiática, assinale o que for correto.
Considerando o texto acima e seus conhecimentos sobre o tema cultura midiática, assinale o que for correto.
Gabarito comentado
Resposta: E - Errado
Tema central: trata-se de cultura midiática e dos fluxos desiguais de bens culturais na globalização — por que produções de países desenvolvidos dominam mercados globais.
Por que a afirmação está errada? É redutivo atribuir a dominação das produtoras norte‑americanas à melhor qualidade tecnológica. A explicação correta envolve fatores estruturais e econômicos, não só tecnologia:
- Concentração de capital e empresas: grandes conglomerados (estúdios, distribuidoras, redes de TV) controlam produção, financiamento e distribuição em escala global.
- Redes de distribuição e marketing: domínio de circuitos de exibição, plataformas e campanhas promocionais que asseguram alcance mundial.
- Economias de escala: orçamentos maiores permitem produção, publicidade e presença em festivais/mercados.
- Fator linguístico e soft power: inglês como língua global e projeção cultural facilitam aceitação de conteúdos.
- Políticas públicas e acordos internacionais: regimes de financiamento, subsídios e acordos comerciais moldam competitividade cultural (ver Convenção da UNESCO sobre Diversidade Cultural, 2005).
Autores como Herbert Schiller (sobre dominação cultural/“imperialism”) e analyses sobre globalização cultural (Tomlinson) destacam que a assimetria é fruto da estrutura de mercado, não apenas da tecnologia.
Dica para resolver questões: em enunciados causais, desconfie de explicações monocausais. Busque alternativas que reconheçam fatores econômicos, políticos e institucionais — são mais abrangentes e conceitualmente corretas.
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