Sobre o processo de exploração colonial do Brasil por Portugal, é correto afirmar:

Foi dividido em três ciclos de exploração econômica: produção açucareira, no litoral da região Nordeste; mineração, no Sudeste e CentroOeste; e extrativismo da borracha, no Norte.

Caracterizou-se por relativa estabilidade política, na medida em que, durante a colonização, não ocorreram movimentos revolucionários de contestação ao Pacto Colonial.

Levou ao desenvolvimento das manufaturas locais, como consequência da exploração de ouro durante o período da mineração (século XVIII), o que permitiu o acúmulo de capital e a criação de um mercado interno na colônia.

Em 1709, foi criada a Capitania de São Paulo e Minas de Ouro, em decorrência da descoberta de ouro e do início da extração aurífera na região de Minas Gerais.

Teve como base do trabalho a mão de obra escrava, que era trazida da África, tendo em vista que, por receio de rebelião das populações originais da colônia, não houve escravidão indígena.

Gabarito comentado

Gabrielle FrancoMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: D

Tema central: o enunciado trata do processo de exploração colonial portuguesa no Brasil — é preciso identificar cronologias, ciclos econômicos, organização administrativa e forma de trabalho no período colonial (séculos XVI–início do XIX).

Resumo teórico: A colonização portuguesa baseou‑se no Pacto Colonial e no modelo mercantilista: a colônia fornecia matérias‑primas e comprava manufaturados da metrópole. Os principais ciclos econômicos coloniais foram o açúcar (séculos XVI–XVII), o ouro/mineração (século XVIII) e atividades extrativistas e agropecuárias variadas; a mão de obra teve forte presença de africanos escravizados, mas também houve, sobretudo no início e em regiões específicas, trabalho indígena e formas diversas de apropriação (entradas, bandeiras). (Ver: Boris Fausto; Caio Prado Júnior; Sérgio Buarque de Holanda.)

Justificativa da alternativa D: Em 1709 a Coroa portuguesa reorganizou a administração das regiões mineradoras e criou a capitania acumulando São Paulo e as áreas de exploração aurífera — conhecida como Capitania de São Paulo e Minas de Ouro — para atender ao intenso fluxo de povoamento e fiscalizar melhor a extração. Esse fato é plausível nos estudos sobre a interiorização e a administração colonial no ciclo do ouro (século XVIII).

Análise das alternativas incorretas:

A — Tem informação parcialmente verdadeira (açúcar no Nordeste e mineração em Minas/Goiás), mas erra ao incluir o ciclo da borracha como parte do processo colonial português. O fenômeno da borracha é do final do século XIX e início do XX, já no período imperial e republicano do Brasil, pós‑independência.

B — Incorreta: a colonização portuguesa conheceu várias rebeliões e movimentos de contestação ao Pacto Colonial (ex.: revoltas nativistas, Revolta de Beckman, Guerra dos Emboabas, Inconfidência Mineira, Insurreição Pernambucana). A ideia de “relativa estabilidade” como ausência total de movimentos revolucionários é falsa.

C — Incorreta: embora o ciclo do ouro tenha gerado consumo local e urbanização, a colônia não desenvolveu manufaturas autônomas significativas por conta das restrições metropolitana e da saída líquida de capitais/mercadorias. O capital gerado serviu mais à metrópole e ao consumo do que à industrialização local.

E — Incorreta: a escravidão africana foi central, mas é falso que não houve escravidão indígena. No período colonial houve captura e escravização de indígenas (especialmente no início) e práticas forçadas (entradas, bandeirantes). A afirmação de ausência de escravidão indígena é equivocada.

Dica de prova: veja as palavras‑chave (datas, termos como "colonial" e "por Portugal") e cheque a cronologia: ciclos econômicos e épocas (borracha ≠ período colonial). Questões com negações absolutas (“não houve”, “não ocorreram”) costumam indicar alternativa falsa.

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