A Era de Pombal (1750-1777) foi caracterizada pelo centralismo político-econômico em Portugal. Considere as afirmações a seguir no que se referem às ações Pombalinas no Brasil, colônia portuguesa:

I. Foram demarcadas pelo apoio às frequentes tentativas dos representantes da coroa portuguesa, de limitar o domínio dos colonos mais importantes, destituindo-os do seu poder local.

II. Baseavam-se na recorrente intenção de afastar os nascidos no Brasil das Câmaras Municipais e de outras instâncias do poder na colônia, posto que expandir seus objetivos de centralização política até o Brasil era seu maior objetivo.

III. Orientavam-se no sentido da retomada do controle, pela Metrópole, dos mecanismos fiscais e comerciais do mundo colonial, bem como sobre as ações dos jesuítas e destes sobre os indígenas.

Está correto o que se afirma em

Resposta correta: B — II apenas

Tema central: As políticas do Marquês de Pombal (1750–1777) e seus efeitos na administração colonial brasileira. É importante distinguir medidas de centralização administrativa, escolhas sobre nomeação de cargos e ações contra grupos (como os jesuítas) das consequências reais sobre as elites locais e a economia colonial.

Resumo teórico: Pombal buscou fortalecer o Estado régio por meio da centralização: reformou a administração, privilegiou funcionários de confiança da Metrópole, perseguiu corporações consideradas obstáculos (especialmente os jesuítas) e tentou maior controle sobre a Extração mineral e o comércio colonial. No entanto, muitas ações tiveram aplicação seletiva e limites práticos diante das estruturas locais.

Justificativa da alternativa correta (II): A afirmação II trata da intenção pombalina de afastar os nascidos no Brasil (os “crioulos”) de cargos municipais e administrativos, preferindo indicar homens de confiança vindos de Portugal. Isso condiz com a prática pombalina de centralizar nomeações e reduzir a autonomia das câmaras municipais, promovendo a presença de agentes metropolitanos. Por isso, II é correta.

Análise das alternativas incorretas:

I — Incorreta. A frase generaliza dizendo que as ações pombalinas foram “demarcadas pelo apoio às frequentes tentativas dos representantes da coroa… destituindo-os do seu poder local”. Embora Pombal visasse reduzir autonomia local, não houve uma política contínua e uniforme de destituição em massa dos principais colonos: muitas ações foram pontuais ou visaram inimigos específicos (como líderes de contrabando ou opositores políticos). A expressão “frequentes” e a ideia de destituição generalizada exageram e tornam a afirmação incorreta.

III — Incorreta. Apesar de Pombal ter atacado os jesuítas (expulsão em 1759) e buscado maior fiscalização de atividades minerais e do comércio em áreas estratégicas (especialmente Minas), apresentar isso como uma “retomada” total e uniforme do controle fiscal e comercial em todo o mundo colonial é impreciso. As medidas foram parciais, concentradas em determinados setores e regiões, não representando controle absoluto e homogêneo sobre todas as esferas econômicas coloniais.

Dica de interpretação: Desconfie de frases absolutas ou generalizações (“sempre”, “frequentes”, “retomada total”). Procure identificar se a afirmação descreve uma intenção geral (mais provável de ser verdadeira) ou uma prática universal e contínua (que costuma ser falsa em história, devido às exceções).

Fontes recomendadas: Kenneth Maxwell, Pombal: Paradox of the Enlightenment; capítulos sobre o período pombalino em Boris Fausto, História do Brasil; artigos da Encyclopaedia Britannica sobre Marquês de Pombal.

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