No período imediatamente posterior à Segunda Guerra Mundial, registraram-se numerosas
tentativas de apagar seus vestígios. Perto de Cingapura, onde sete prisioneiros de guerra
americanos haviam sido executados onze dias antes da rendição do Japão, assim que um dos
oficiais responsáveis pelas execuções fora informado da rendição, ele e os outros algozes dirigiramse imediatamente ao aeroporto, desenterraram os cadáveres das vítimas, levaram-nos para o
campo, queimaram-nos numa grande fogueira e lançaram as cinzas no mar.
(GILBERT, Martin. A Segunda Guerra Mundial. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2014, p. 883.)
Fenômenos como esse foram comuns no imediato Pós-Guerra. Uma consequência política desses
eventos na Europa foi a
Gabarito comentado
Alternativa correta: C — instituição de tribunais para julgamento de crimes contra a humanidade.
Tema central: o enunciado trata das tentativas de apagar provas de massacres após a Segunda Guerra Mundial e da resposta política-jurídica europeia. É necessário relacionar esse contexto com as inovações do direito internacional penal no pós‑guerra.
Resumo teórico (claro e progressivo): após 1945 houve avanço na responsabilização penal individual por atrocidades de guerra. Surgiram os Tribunais de Nuremberg e de Tóquio e a Carta do Tribunal Militar Internacional (Art. 6) definiu, entre outros, o crime contra a humanidade. Esses julgamentos consolidaram princípios como a responsabilidade pessoal de líderes e oficiais, servindo de base para normas posteriores (Convenção do Genocídio, 1948; Convenções de Genebra revisadas, 1949).
Justificativa da alternativa C: a prática descrita — tentativa de ocultar execuções e destruir provas — motivou, entre outras reações, a criação de tribunais especiais na Europa para julgar crimes de guerra e contra a humanidade. Nuremberg (1945–46) é o exemplo direto e mais evidente dessa consequência política e jurídica.
Análise das alternativas incorretas:
A — «obrigação de esquecer»: incorreto. O movimento foi justamente o oposto: procurou-se investigar e julgar os responsáveis, não esquecer.
B — «responsabilização única da Alemanha»: incorreto. Embora a Alemanha nazista tenha sido central, também houve julgamentos contra japoneses e responsabilização de indivíduos de vários Estados; o foco foi em pessoas, não em única nação.
D — «relativização dos crimes»: incorreto. A tendência institucional foi a criminalização e condenação, não a relativização.
E — «homologação de anistia geral»: incorreto. Não houve anistia geral homologada na Europa para crimes de guerra; ao contrário, buscou‑se julgamentos internacionais e nacionais.
Dica de prova: ao ler o enunciado procure termos-chave — «apagar vestígios», «consequência política» — e associe-os a respostas que indiquem medidas públicas e jurídicas (tribunais, leis, convenções). Elimine alternativas que apresentem reações contrárias ao conteúdo do texto (esquecimento, anistia geral, relativização).
Fontes recomendadas: Carta do Tribunal Militar Internacional (1945, Art. 6); Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio (1948); Martin Gilbert, A Segunda Guerra Mundial.
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