“Na análise de muitos historiadores, a civilização grega (ou helênica)
apresentou novidades marcantes que a diferenciam de seus contemporâneos.
Ela desenvolveu, por exemplo, uma nova forma de pensar (a filosofia), de fazer
política (a democracia) e arte (dramaturgia). Devido à sua influência, a Grécia
Antiga é considerada por muitos como o berço da civilização ocidental.”
(COTRIM, Gilberto. História Global. São Paulo: Saraiva, 2008, pág.75)
Considerando o imenso e duradouro legado cultural da Grécia Antiga,
assinale a única alternativa correta:
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa E
Tema central: o enunciado aborda o legado cultural da Grécia Antiga, especialmente elementos que unificavam as pólis (cidades) e formas de pensamento, arte e religião. Para responder é preciso distinguir características gerais (como a religião compartilhada) de particularidades de algumas cidades (Atenas, Esparta) ou de instituições específicas (teatro, filosofia).
Resumo teórico: a religião grega era politeísta (vários deuses) e antropomórfica (deuses com traços humanos: Zeus, Atena, Afrodite). Havia cultos locais e santuários pan‑helênicos (Ólimpia, Delfos) que criavam laços culturais entre as cidades. Outras inovações gregas incluíram a filosofia (passagem do mito ao logos), o teatro público (tragédia, comédia, sátira) e formas políticas variadas — destacando‑se a democracia ateniense, mas não homogênea para toda a Grécia. (Fontes: COTRIM, Gilberto. História Global; Encyclopaedia Britannica — verbetes sobre Grécia Antiga.)
Por que a alternativa E é correta: ela descreve duas características centrais e amplamente aceitas da religião grega: o politeísmo e o antropomorfismo. Esses traços são bem documentados e explicam como as narrativas míticas e rituais criavam uma linguagem religiosa comum entre as pólis, mesmo que cada cidade tivesse cultos próprios.
Análise das alternativas incorretas:
A — Errada: o esplendor cultural do século V a.C. é associado sobretudo a Atenas (idade de Péricles), não a Esparta. Esparta era militarizada e oligárquica; sua produção artística e intelectual não teve o mesmo protagonismo público que Atenas.
B — Errada: nem todas as expressões artísticas eram privadas. Em Atenas havia forte patrocínio público (financiamento de obras públicas, festivais de teatro organizados como cerimônias cívicas, construção do Partenon no período de Péricles) e as produções eram destinadas a públicos amplos.
C — Errada: o teatro grego era um evento público e cívico (festivais religiosos como as Grandes Dionísias) aberto à população masculina livre — embora as mulheres tivessem participação social limitada em outros âmbitos, elas também podiam ser parte do público em alguns contextos. Além disso, os dramaturgos criavam tragédias, comédias e peças satíricas; não se restringiam apenas às tragédias.
D — Errada: a filosofia grega (a partir do século VI a.C.) marcou justamente a transição do pensamento mítico para explicações racionais (logos). Filósofos pré‑socráticos buscaram causas naturais; não se define por promover o pensamento mitológico ou a ideia de conhecimento secreto como regra.
Dica de interpretação: identifique termos absolutos (ex.: “todas”, “somente”, “especialmente em Esparta”) e confronte com conhecimentos gerais (Período Clássico = Atenas; festivais = público; filosofia = rational inquiry). Use a triagem: o que é geral da cultura grega vs. particular de uma pólis?
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