Questão 4f815141-88
Prova:ENEM 2011
Disciplina:História
Assunto:República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

Até que ponto, a partir de posturas e interesses diversos, as oligarquias paulista e mineira dominaram a cena política nacional na Primeira República? A união de ambas foi um traço fundamental, mas que não conta toda a história do período. A união foi feita com a preponderância de uma ou de outra das duas frações. Com o tempo, surgiram as discussões e um grande desacerto final.
FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: EdUSP, 2004 (adaptado).

A imagem de um bem-sucedido acordo café com leite entre São Paulo e Minas, um acordo de alternância de presidência entre os dois estados, não passa de uma idealização de um processo muito mais caótico e cheio de conflitos. Profundas divergências políticas colocavam-nos em confronto por causa de diferentes graus de envolvimento no comércio exterior.
TOPIK, S. A presença do estado na economia política do Brasil de 1889 a 1930. Rio de Janeiro: Record, 1989 (adaptado).

Para a caracterização do processo político durante a Primeira República, utiliza-se com frequência a expressão Política do Café com Leite. No entanto, os textos apresentam a seguinte ressalva a sua utilização:

A
A riqueza gerada pelo café dava à oligarquia paulista a prerrogativa de indicar os candidatos à presidência, sem necessidade de alianças.
B
As divisões políticas internas de cada estado da federação invalidavam o uso do conceito de aliança entre estados para este período.
C
As disputas políticas do período contradiziam a suposta estabilidade da aliança entre mineiros e paulistas.
D
A centralização do poder no executivo federal impedia a formação de uma aliança duradoura entre as oligarquias.
E
A diversificação da produção e a preocupação com o mercado interno unificavam os interesses das oligarquias.

Gabarito comentado

Eulália FerreiraEx-Coordenadora de História do Colégio Pedro II (RJ), Mestra em Relações Internacionais (PUC-Rio) e Profª com o título "Notório Saber" pelo Colégio Pedro II (RJ)
- A opção  A apresenta corretamente o poder de São Paulo por conta de ser o maior exportador de café mas, ao enunciar que SP não precisava de alianças a afirmativa se torna incorreta. Nessa época Minas Gerais era o estado mais populoso da federação, tendo, portanto, mais eleitores e o maior número de deputados na Câmara Federal. Assim sendo, SP precisa ao menos da aliança com MG para conseguir ter o controle da câmara por maioria e, desta forma, dominar  todo o processo  eleitoral
2- O erro apresentado na opção B é o de afirmar que a federação e, por conseguinte,  a maior autonomia dos estados invalidava alianças. Fazer alianças é prerrogativa da ação política, ainda mais em uma federação. A autonomia garante, na verdade, a possibilidade de articulações políticas que resguardem os interesses das partes da federação.
3- Nota-se que a opção  C estabelece um ângulo diferente da questão pois as outras opções destacam a questão da aliança entre SP e MG, enquanto esta destaca que a aliança não significava concordância em todos os momentos. Os conflitos eram parte do processo de articulação dos interesses diversos. Há os interesses comuns mas as divergências existiam, até mesmo porque a economia de MG era muito mais voltada para o mercado interno ( leite e carne) e a de SP para a exportação (café)
4- A opção D apresenta um erro conceitual. Se há uma Federação e não se configura uma ditadura, não há centralização no poder executivo.
5- A opção E apresenta duas incorreções: diversificação da produção e economia voltada majoritariamente para mercado interno. Ao contrário, um dos problemas da economia brasileira à época era exatamente a pouca diversificação, o que levava `a uma maior vulnerabilidade às oscilações  do mercado externo. A economia era principalmente agro-exportadora e não voltada para o mercado interno. Essa é a segunda incorreção

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