É característica da historiografia marxista britânica a aplicação do marxismo ortodoxo, especialmente
de abordagem econômica ao estudo de materiais históricos, onde se enfatiza a separação entre base e
superestrutura na formação das sociedades humanas.
Gabarito comentado
Resposta correta: E — Errado
Por que? A afirmação apresenta a historiografia marxista britânica como defensora do marxismo ortodoxo e de uma leitura estritamente econômica, com ênfase na separação rígida entre base e superestrutura. Isso está incorreto.
Resumo teórico claro: Marx introduziu a noção de base (relações e forças produtivas) e superestrutura (instituições, cultura, ideias) na Introdução à Crítica da Economia Política (1859). Contudo, a interpretação dessa relação sempre foi objeto de disputa: uma leitura mecânica e determinista seria o chamado marxismo "ortodoxo", mas muitos marxistas desenvolveram leituras mais complexas, admitindo autonomia relativa da superestrutura e agência social.
Historiografia marxista britânica: Historiadores britânicos como E. P. Thompson (The Making of the English Working Class), Eric Hobsbawm e Christopher Hill são conhecidos por uma abordagem social e cultural — o chamado "history from below". Eles criticaram o economismo mecanicista, enfatizando consciência de classe, práticas culturais, experiências cotidianas e agência popular. Em outras palavras, não aplicaram um marxismo ortodoxo que reduzisse tudo à separação rígida entre base e superestrutura.
Fonte e leitura recomendada: E. P. Thompson, The Making of the English Working Class (1963); Eric Hobsbawm, obras sobre história social; Christopher Hill, The World Turned Upside Down (1972). Para a formulação clássica, ver a Introdução à Crítica da Economia Política (Marx, 1859).
Dica de interpretação para provas: Ao ver termos como "marxismo ortodoxo" ou "separação rígida" associados a correntes que enfatizam cultura/experiência, acenda o alerta: a contradição entre “ortodoxia econômica” e “marxismo britânico” indica que a afirmação provavelmente é falsa.
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