No que se refere à historiografia francesa dos Annales, pode-se afirmar:

Após a Segunda Guerra Mundial, a ascensão do nome de Fernand Braudel representou para os Annales um retorno àquilo que Bloch e Febvre chamavam de história-historicizante, ou seja, um retorno ao político, ao factual e, essencialmente, ao estilo narrativo da História, próprios do século XIX.

Resposta: E — Errado

Tema central: trata-se da escola dos Annales e da contribuição de Fernand Braudel após a 2ª Guerra. É essencial conhecer os conceitos de longue durée, estruturas sociais e econômicas, e a oposição ao modelo tradicional narrativo-político do século XIX.

Resumo teórico (claro e progressivo): Os fundadores Marc Bloch e Lucien Febvre propuseram uma história total, interdisciplinar e atenta a estruturas duradouras e às mentalidades (não só aos grandes eventos). Braudel radicalizou esse programa: privilegiou a longue durée (geografia e estruturas), as conjonctures (médio prazo) e relegou os eventos políticos ao último plano. Sua obra exemplar: La Méditerranée et le Monde Méditerranéen à l'époque de Philippe II (1949).

Por que a afirmação é falsa: dizer que Braudel representou "um retorno à história-historicizante, ao político, ao factual e ao estilo narrativo do século XIX" contraria seu método. Pelo contrário, Braudel aprofundou a ruptura com a ênfase exclusivamente política e narrativa, orientando os Annales para análises estruturais, quantitativas e interdisciplinares. Os eventos políticos existem na obra de Braudel, mas são tratados como superfície, não como centro de explicação.

Dica para provas: ao ver palavras como "retorno" ou "ao estilo narrativo do século XIX", verifique se o autor defendido realmente promoveu mudança conservadora — no caso, Braudel promoveu inovação metodológica, não regressão.

Referências essenciais: Marc Bloch; Lucien Febvre; Fernand Braudel, La Méditerranée...; Peter Burke, The French Historical Revolution.

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