O texto do historiador é da ordem do conhecimento: trata-se de um saber que se desdobra e se expõe. Ele procura a razão do que se passou: dá explicações e apresenta argumentos. Recorre a conceitos, cujo processo de elaboração não é homogêneo, de qualquer modo, serve-se de noções. Trata-se de um texto relativamente abstrato; caso contrário, ele perderia qualquer pretensão a certa cientificidade. Por outro lado, ele procede a uma análise: estabelece distinções, divide em partes, descreve todos os pormenores para levar em consideração, em melhores condições, o que é a generalidade e a especificidade, além de exprimir em que aspecto e por que motivo o objeto de estudo difere de outros objetos semelhantes e, apesar disso, diferentes. Além de ser inevitável, a abstração é indispensável. A história se faz refletindo e, escrevê-la, é uma atividade intelectual. (PROST, 2008, p. 244).
A análise do texto e os conhecimentos sobre o que é História permitem afirmar:
Ao escrever um texto, o historiador deve estar imbuído do propósito de que precisa narrar os fatos como
realmente aconteceram e, somente dessa forma, a História pode ser considerada científica.
O texto do historiador é da ordem do conhecimento: trata-se de um saber que se desdobra e se expõe. Ele procura a razão do que se passou: dá explicações e apresenta argumentos. Recorre a conceitos, cujo processo de elaboração não é homogêneo, de qualquer modo, serve-se de noções. Trata-se de um texto relativamente abstrato; caso contrário, ele perderia qualquer pretensão a certa cientificidade. Por outro lado, ele procede a uma análise: estabelece distinções, divide em partes, descreve todos os pormenores para levar em consideração, em melhores condições, o que é a generalidade e a especificidade, além de exprimir em que aspecto e por que motivo o objeto de estudo difere de outros objetos semelhantes e, apesar disso, diferentes. Além de ser inevitável, a abstração é indispensável. A história se faz refletindo e, escrevê-la, é uma atividade intelectual. (PROST, 2008, p. 244).
A análise do texto e os conhecimentos sobre o que é História permitem afirmar:
Ao escrever um texto, o historiador deve estar imbuído do propósito de que precisa narrar os fatos como
realmente aconteceram e, somente dessa forma, a História pode ser considerada científica.
Gabarito comentado
Gabarito: E — Errado
Tema central: natureza do discurso histórico e a relação entre narrativa, interpretação e cientificidade. A questão avalia se a História seria científica apenas quando o historiador narra os fatos “como realmente aconteceram”.
Resumo teórico e justificativa: diferentemente da afirmação proposta, a História não se reduz à transcrição literal dos acontecimentos. Ela é uma disciplina interpretativa: exige seleção de fontes, crítica documental, construção de conceitos e explicação causal. Como o próprio trecho de Prost indica, o texto histórico é abstrato e analítico — busca explicar, distinguir e tornar inteligível o passado.
Objeções ao enunciado:
- Impossibilidade epistemológica: nunca temos acesso direto e completo ao "como realmente aconteceu"; trabalhamos com vestígios parciais e mediadores (fontes), que exigem interpretação.
- Atividade construtiva: o historiador seleciona temas, problemas e enquadrações; duas equipes diferentes podem explicar o mesmo evento de maneiras distintas (ex.: causas da Primeira Guerra Mundial — interpretações estruturalistas, intencionais, socioeconômicas, etc.).
- Cientificidade histórica: não depende de neutralidade absoluta, mas de método: crítica das fontes, coerência argumentativa, fundamentação em evidências e diálogo com a historiografia (ver E. H. Carr, O que é História?, e Marc Bloch, The Historian's Craft).
Dica para concursos: desconfie de frases absolutas como "somente dessa forma" — frequentemente são armadilhas. Procure termos que indiquem interpretação, método e possibilidade de múltiplas explicações.
Conclusão curta: a assertiva é errada porque reduz a prática histórica a um realismo ingênuo, ignorando a dimensão interpretativa e metodológica indispensável à cientificidade da História.
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