Questão 4e0e938d-b3
Prova:UFBA 2013
Disciplina:História
Assunto:Medievalidade Europeia, História Geral

No final da Idade Média, uma das principais tarefas dos historiadores renascentistas foi recolocar o homem no centro do pensamento. Com efeito, Maquiavel retomou a concepção histórica de Tito Lívio, pondo o homem no centro, mas o homem despido de paixões e de impulsos próprios da concepção cristã de História.

C
Certo
E
Errado

Gabarito comentado

V
Vanessa CamposMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: E — Errado

Tema central: a mudança na visão sobre o homem e a historiografia no Renascimento, especialmente a leitura de Tito Lívio por Maquiavel. É preciso entender o humanismo renascentista e a originalidade do pensamento maquiaveliano sobre política e natureza humana.

Resumo teórico conciso: o humanismo renascentista colocou o homem como sujeito ativo da história, resgatando autores clássicos. Maquiavel, lendo Tito Lívio, seculariza a análise histórica: busca lições práticas para a ação política, fundamentadas em virtù (capacidade, prudência, energia) e fortuna (circunstância/azar). Ao contrário do pensamento cristão providencial, ele não interpreta a história como expressão de desígnios divinos. Porém, Maquiavel não nega as paixões; ao contrário, trabalha com elas como forças motrizes da política (ver: O Príncipe; Discursos sobre Tito Lívio).

Por que a afirmação é errada: o enunciado diz que Maquiavel colocou "o homem despido de paixões". Isso é incorreto: Maquiavel assume que os indivíduos são movidos por interesses, paixões e ambições — elementos que o estadista deve conhecer e manipular. Ele descreve um homem motivado por afetos e razões práticas, não um ser desapaixonado. Assim, a parte decisiva do enunciado é falsa.

Dica de resolução de prova: identifique termos absolutos ou paradoxais ("despido de paixões") e confronte com conceitos-chave do autor (virtù, fortuna). Lembrar: Maquiavel é realista e pragmático, não idealista niilista.

Fontes: Maquiavel — O Príncipe; Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio. Para análise secundária: Quentin Skinner, The Foundations of Modern Political Thought; entradas em dicionários de filosofia e história moderna.

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