Os efeitos do pensamento cristão no conhecimento histórico não deixam de ser revolucionários,
considerando-se que as noções de desígnio e de providência adicionavam um importante componente
à ideia de história herdada dos gregos e dos romanos.
Gabarito comentado
Alternativa correta: Certo
Tema central: a influência do pensamento cristão sobre a forma de entender e narrar a história — em especial a introdução das noções de desígnio e providência como explicações para os acontecimentos humanos.
Resumo teórico: Na tradição cristã patrística e medieval a história deixa de ser apenas registro de factos (como nas cronologias romanas) ou reflexão filosófica sobre ciclos e causas (como em muitas correntes gregas) e passa a ser lida como uma narrativa teleológica: eventos são interpretados à luz de um plano divino que conduz a humanidade rumo a um desfecho (salvação, juízo final). Autoridades fundamentais: Eusebius (Hist. Ecclesiastica) e Agostinho (Cidade de Deus) moldaram essa leitura providencial; estudos contemporâneos que tratam do tema incluem Peter Brown, The Rise of Western Christendom.
Por que a alternativa é correta: A afirmação é precisa porque o cristianismo introduziu elementos decisivos — sentido universal da história, propósito divino e expectativa escatológica — que alteraram radicalmente a motivação e a metodologia de narrar o passado. Enquanto gregos e romanos privilegiavam explicações políticas, morais ou naturalistas, a interpretação cristã integra os acontecimentos num desígnio revelado por Deus, o que transforma a história em instrumento teológico e pedagógico e inaugura formas de escrita historigráfica centradas em providência e salvação.
Dica de preparação para concurso: ao ler enunciados, foque nas palavras-chave (“providência”, “desígnio”, “herança grego‑romana”, “revolucionários”). Relacione conceitos a autores e obras (Eusebius, Agostinho) e à consequência prática: mudança na finalidade da história — de registo/virtude para narrativa providencial.
Fontes recomendadas: Agostinho, Cidade de Deus; Eusebius, História Eclesiástica; Peter Brown, The Rise of Western Christendom.
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