Questão 4bdd8cbd-fe
Prova:ENCCEJA 2018
Disciplina:História
Assunto:Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

Muitos aspiram à condição de senhor de engenho, porque se trata de um título que traz consigo a possibilidade de ser servido, obedecido e respeitado.

ANTONIL, A. J. Cultura e opulência do Brasil. Belo Horizonte-São Paulo: Itatiaia-Edusp, 1982 (adaptado).


Quanto à organização da sociedade colonial brasileira, para ocupar a posição social descrita, era necessário

A
exercer condição social privilegiada e ser jesuíta.
B
realizar função eminentemente provedora e ser nobre.
C
desenvolver atividade comercial rentável e ser mascate.
D
conquistar situação econômica diferenciada e ser alforriado.

Gabarito comentado

A
Anderson MaiaMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: B

Tema central: organização social na colônia — o papel do senhor de engenho como elite rural. É preciso conhecer estrutura fundiária, economia açucareira e relações de poder (patronato, escravidão, clientelismo).

Resumo teórico: Na sociedade colonial açucareira, o senhor de engenho concentrava terra, capital e mão de obra escravizada. Era o núcleo da elite local (a “casa-grande”), responsável pela produção exportadora, pela administração do engenho e por funções sociais (patrono judicial, econômico e político). Autores clássicos: Gilberto Freyre (Casa-Grande & Senzala) e Antonil (Cultura e opulência do Brasil) tratam dessa configuração; Caio Prado Jr. foca na base econômica (latifúndio e monocultura).

Justificativa da alternativa B: A afirmação B associa o senhor de engenho a uma função “eminentemente provedora” e ao status de “nobre” (no sentido de elite local). Isso é correto porque: (1) o senhor de engenho era o principal provedor econômico da comunidade — gerava riqueza pela produção açucareira e controlava mercado de trabalho e crédito local; (2) ocupava posição social privilegiada, com prestígio e autoridade semelhantes aos da nobreza rural (mesmo sem título nobiliárquico formal, havia uma nobreza de fato baseada em propriedade e poder). Fontes: Antonil, Gilberto Freyre.

Análise das alternativas incorretas:

A — ser jesuíta: errado. Jesuítas eram missionários e educadores; não exerciam a função de senhor de engenho (não detinham, em geral, o padrão econômico e autoritário próprios do latifúndio).

C — ser mascate: errado. Mascates eram comerciantes urbanos/itinerantes que atuavam no comércio; não concentravam a terra e a economia de produção típica do senhor de engenho.

D — ser alforriado: errado. Alforriados eram ex-escravos libertos — social e economicamente marginalizados; não podiam ocupar a posição de senhor senão em casos raros e excepcionais, o que não corresponde à regra social do período.

Estratégia para provas: ao identificar termos como “senhor de engenho”, associe imediatamente a: terra + escravidão + produção açucareira + prestígio local. Desconfie de alternativas que invertem papéis sociais (jesuítas, mascates, alforriados) — são grupos com funções diferentes.

Principais referências: Antonil, A. J., Cultura e opulência do Brasil; Gilberto Freyre, Casa-Grande & Senzala; Caio Prado Jr., Formação do Brasil Contemporâneo.

Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!

Estatísticas

Questões para exercitar

Artigos relacionados

Dicas de estudo