Com base neste texto do historiador ateniense Tucídedes e sobre história antiga ocidental, é CORRETO afirmar que:
a mobilização em busca de riqueza era mais importante para a democracia do que o debate
político, visto que a riqueza era “... um instrumento para agir.”
Com base neste texto do historiador ateniense Tucídedes e sobre história antiga ocidental, é CORRETO afirmar que:
a mobilização em busca de riqueza era mais importante para a democracia do que o debate
político, visto que a riqueza era “... um instrumento para agir.”
Leia o texto abaixo com atenção.
Nossa forma de governo não se baseia nas instituições dos povos vizinhos. Não imitamos os
outros. Servimos de modelo para eles. Somos uma democracia porque a administração pública
depende da maioria, e não de poucos. Nessa democracia, todos os cidadãos são iguais perante
as leis para resolver os conflitos particulares. Mas quando se trata de escolher um cidadão para a
vida pública, o talento e o mérito reconhecidos em cada um dão acesso aos postos mais
honrosos. [...] Usamos a riqueza como um instrumento para agir, e não como motivo de orgulho e
ostentação. Entre nós, a pobreza não é causa de vergonha. Vergonhoso é não fazer o possível
para evitá-la. Todo o cidadão tem o direito de cuidar de sua vida particular e de seus negócios
privados. Mas aquele que não manifestar interesse pela política, pela vida pública, é considerado
um inútil. Em resumo, digo que nossa cidade é uma escola para toda Hélade, e cada cidadão
ateniense, por suas características, mostra-se capaz de realizar as mais variadas formas de
atividade.
TUCÍDEDES. História da Guerra do Peloponeso. Brasília/São Paulo: UnB/Hucitec, 1986,
cap. 37-41, Livro II.
Leia o texto abaixo com atenção.
Nossa forma de governo não se baseia nas instituições dos povos vizinhos. Não imitamos os outros. Servimos de modelo para eles. Somos uma democracia porque a administração pública depende da maioria, e não de poucos. Nessa democracia, todos os cidadãos são iguais perante as leis para resolver os conflitos particulares. Mas quando se trata de escolher um cidadão para a vida pública, o talento e o mérito reconhecidos em cada um dão acesso aos postos mais honrosos. [...] Usamos a riqueza como um instrumento para agir, e não como motivo de orgulho e ostentação. Entre nós, a pobreza não é causa de vergonha. Vergonhoso é não fazer o possível para evitá-la. Todo o cidadão tem o direito de cuidar de sua vida particular e de seus negócios privados. Mas aquele que não manifestar interesse pela política, pela vida pública, é considerado um inútil. Em resumo, digo que nossa cidade é uma escola para toda Hélade, e cada cidadão ateniense, por suas características, mostra-se capaz de realizar as mais variadas formas de atividade.
TUCÍDEDES. História da Guerra do Peloponeso. Brasília/São Paulo: UnB/Hucitec, 1986, cap. 37-41, Livro II.
Gabarito comentado
Alternativa correta: E - Errado
Tema central: trata-se de leitura crítica de um trecho de Tucídides sobre a democracia ateniense. A questão exige distinguir entre “riqueza como meio” e “riqueza como fim” e identificar o valor real atribuído à participação política na Atenas clássica.
Resumo teórico curto: A democracia ateniense (século V a.C.) valorizava a participação direta dos cidadãos (isonomia, isegoria), entendendo a vida pública como dever cívico. Embora a riqueza pudesse facilitar a ação pública, as instituições (sorteio, remuneração por serviço público, liturgias) procuravam limitar a hegemonia dos ricos. Fontes-chave: Tucídides (Oração fúnebre/História da Guerra do Peloponeso, Livro II), Aristóteles (Constituição dos Atenienses, Polítíca).
Por que a afirmação é ERRADA: o enunciado afirma que “a mobilização em busca de riqueza era mais importante para a democracia do que o debate político, visto que a riqueza era ‘um instrumento para agir’.” Isso deturpa o sentido do texto de Tucídides. No excerto, “usar a riqueza como instrumento” significa que a riqueza é um meio para exercer ação pública, não o objetivo central do sistema. Tucídides destaca que a administração depende da maioria, que a participação política é um dever e que quem não se interessa pela vida pública é considerado inútil — ou seja, o núcleo valorizado é a participação e o mérito político, não a acumulação de fortuna.
Ponto de interpretação útil (pegadinha comum): atenção às palavras de função — “instrumento” indica finalidade secundária. Em questões, não confunda “meio” com “fim”. Quando o autor qualifica algo como instrumento, ele o relega a papel auxiliar.
Contexto institucional que reforça a resposta: práticas atenienses como o pagamento por participação em assembleias e tribunais e o uso de sorteio para cargos visavam ampliar o acesso político e reduzir a primazia da riqueza. Assim, a política era o centro da vida cívica.
Fontes recomendadas: Tucídides, História da Guerra do Peloponeso (Oração fúnebre/Livro II); Aristóteles, Constituição dos Atenienses.
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