Questão 49158f9e-b6
Prova:IF-RR 2016
Disciplina:História
Assunto:Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

Quando se afirma que, na estrutura econômica da formação social brasileira, as relações de produção dominantes eram escravistas, isto significa que

A
as relações de produção escravista eram as únicas que mereceriam a proteção do Estado.
B
as relações de produção escravista eram as únicas existentes na formação social brasileira.
C
tratava-se de uma estrutura econômica pouco produtiva do ponto de vista técnico, exigindo por isso grande número de trabalhadores.
D
as relações de produção escravista subordinavam outros tipos de relação de produção, e que a acumulação de capitais se realizava fundamental mente pela exploração do trabalho escravo.
E
os produtos que resultavam da atividade do trabalhador escravo eram os únicos a serem exportados para os outros setores de consumo externo, especialmente na Europa e na África.

Gabarito comentado

A
Anderson MaiaMonitor do Qconcursos

Resposta correta: D

Tema central: trata-se do sentido de “relações de produção dominantes” na formação social brasileira — expressão teórica que indica qual relação social e econômica orientava a acumulação e a organização social, sem afirmar exclusividade.

Resumo teórico: No vocabulário marxista e na historiografia brasileira (ex.: Caio Prado Júnior; Florestan Fernandes), “relação de produção dominante” significa que um modo de produção condiciona e subordina outros setores e determina a forma de acumulação do capital/riqueza. No Brasil colonial e imperial, o escravismo foi esse eixo: terras latifundiárias e trabalho escravo orientaram a economia exportadora e as estruturas sociais.

Por que a alternativa D é correta: D afirma que as relações escravistas subordinavam outros tipos de relações e que a acumulação se realizava pela exploração do trabalho escravo — exatamente o núcleo do argumento historiográfico: o escravismo era hegemônico na organização econômica e na geração de riqueza.

Análise das incorretas:

  • A — afirma proteção estatal exclusiva: exagero. O Estado favoreceu o escravismo, mas não é a ideia de “dominante” no enunciado.
  • B — confunde dominância com unicidade. Havia relações assalariadas e comunitárias; escravismo foi predominante, não única.
  • C — declara baixa produtividade técnica como razão da grande mão de obra: é uma leitura reducionista. Plantations eram intensivas em trabalho, mas também voltadas para mercado e com técnicas e organização próprias.
  • E — diz que somente produtos de trabalho escravo eram exportados e inclui a África como destino principal: errôneo. A exportação era majoritariamente para a Europa e não exclusiva de produtos escravos (embora a produção exportável dependesse muito do trabalho escravo).

Dica de interpretação: ao ver “dominantes”, descarte alternativas que usam termos absolutos como “únicas” ou “somente”. Busque a ideia de hegemonia e subordinação.

(Fontes sugestivas: Caio Prado Júnior, Formação do Brasil Contemporâneo; Florestan Fernandes, A Integração do Negro na Sociedade de Classes; conceitos marxistas sobre modo de produção.)

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