As pinturas rupestres são evidências materiais do desenvolvimento intelectual dos seres humanos. Embora tradicionalmente estudadas pela Arqueologia, elas ajudaram a redefinir a concepção de que a História se inicia com a escrita, pois
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa A
Tema central: pinturas rupestres e seu papel para a História — mostram que a compreensão histórica não se limita a fontes escritas, pois também existem registros simbólicos que documentam pensamento, memória e práticas sociais.
Resumo teórico: As pinturas rupestres são manifestações materiais e simbólicas produzidas por sociedades sem escrita, que registram narrativas, rituais e conhecimentos. A Arqueologia e a Antropologia demonstraram que esses registros podem ser “lidos” como fontes históricas, permitindo reconstruções sobre crenças, organização social e relações com o ambiente (ver, por exemplo, David Lewis‑Williams, The Mind in the Cave; Paul Bahn, Rock Art).
Por que A é correta: Dizer que as pinturas "funcionam como códices velados de uma comunidade à espera de decifração" capta exatamente a ideia de que são documentos simbólicos — não literais — que contêm informação histórica. Essa alternativa explica por que se reavaliou a fronteira entre Pré‑História e História: há registros significativos antes da escrita, exigindo interpretação arqueológica e antropológica.
Análise das alternativas incorretas:
B — “expressam uma concepção de tempo marcada pela cronologia”: errado. Pinturas rupestres sugerem visões do tempo muitas vezes cíclicas, míticas ou ritualizadas; não apresentam necessariamente uma cronologia explícita como fonte escrita.
C — “indicam o predomínio da técnica sobre as forças da natureza”: incorreto. As obras refletem relações simbólicas com a natureza, rituais e cosmologias, não um triunfo técnico sobre a natureza.
D — “atestam as relações entre registros gráficos e mitos de origem”: parcialmente verdadeiro, pois muitas pinturas têm dimensão mítica; porém a alternativa A é mais adequada ao enunciado que destaca a revisão da ideia de História iniciando com a escrita — ou seja, o foco é em seu caráter de "registro" exigindo decifração.
E — “registram a supremacia do indivíduo sobre os membros de seu grupo”: falso. A produção e uso das pinturas tendem a ser coletivos e ligados a práticas comunitárias, não à exaltação de indivíduos.
Dica de prova: procure palavras-chave do enunciado ("redefinir", "inicia com a escrita") e relacione‑as com conceitos historiográficos (fonte material vs. escrita). Descarte alternativas que introduzam juízos anacrônicos ou que não respondam diretamente à mudança metodológica proposta.
Fontes sugeridas: David Lewis‑Williams, The Mind in the Cave (2002); Paul Bahn, Prehistoric Rock Art (1998).
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