Se, até a década de 1980, o conjunto da agropecuária
nordestina permaneceu quase inalterado, a partir de então
se vislumbra a ocupação de novas fronteiras pelo agronegócio globalizado, tomando alguns lugares específicos dessa
região, que passam a receber vultosos investimentos de algumas
importantes empresas do setor, difundindo-se a agricultura
científica e o agronegócio. Existe hoje no Nordeste,
assim como de resto em todo o país, uma dicotomia entre
uma agricultura tradicional e uma agricultura científica, apresentando-se
esta em algumas partes bem delimitadas do território
nordestino, constituindo verdadeiros pontos luminosos.
(Denise Elias. “Globalização e fragmentação do espaço agrícola do Brasil”.
Scripta Nova, agosto de 2006. Adaptado.)
É exemplo de espaço nordestino “luminoso”, incorporado aos
circuitos produtivos globalizados do agronegócio, a região
produtora de
Gabarito comentado
Alternativa correta: E - frutas, no vale do São Francisco.
Tema central: distinção entre a agricultura tradicional e a agricultura científica/agronegócio no Nordeste, com a formação de “pontos luminosos” — áreas altamente tecnificadas e integradas a mercados globais. Para responder, é preciso relacionar o tipo de produção (exportável e irrigada) ao espaço geográfico correto.
Resumo teórico: pontos luminosos são locais onde há concentração de capital, tecnologia e infraestrutura (irrigação, logística, frigoríficos, embalagens) que permitem inserir a produção agrícola no circuito global. No Nordeste, o Vale do São Francisco é o exemplo clássico: fruticultura irrigada (uva, manga, melão, banana, citrus) voltada à exportação e ao mercado interno com elevado grau de tecnificação (Embrapa; IBGE).
Justificativa da resposta correta (E): O Vale do São Francisco possui extensas áreas irrigadas, projetos de perímetros irrigados e empresas instaladas que transformaram a fruticultura em agronegócio de exportação. Essa característica o torna um claro “ponto luminoso” incluído em circuitos produtivos globalizados (Denise Elias, Scripta Nova, 2006).
Análise das alternativas incorretas:
A - soja na Zona da Mata: Soja no Brasil Nordeste avançou em frentes de expansão (ex.: MATOPIBA, cerrado e oeste baiano), não na Zona da Mata litorânea, que historicamente é mais voltada à cana, cacau e culturas de pequena propriedade.
B - mandioca na Chapada Diamantina: Mandioca é cultura tradicional de subsistência/mercado local; a Chapada tem vocações variadas, mas não constitui um ponto luminoso do agronegócio globalizado para mandioca.
C - cacau no Agreste: O cacau historicamente está associado à Zona da Mata (BA), não ao Agreste; além disso, o cacau perdeu força como “ponto luminoso” global no Nordeste após crises fitossanitárias e econômicas.
D - cana-de-açúcar no Sertão: Cana é tradicional nas áreas litorâneas e Zona da Mata (PE, BA, SP). O Sertão é semiárido; só há canaviais em áreas irrigadas excepcionais, não sendo um ponto representativo do agronegócio canavieiro.
Estratégias para provas: identifique termos-chaves do enunciado (“agronegócio globalizado”, “pontos luminosos”, “vultosos investimentos”, “tecnificação”) e associe-os a regiões com irrigação, logística e produção para exportação. Elimine alternativas que remetem a culturas tradicionais ou a regiões sem infraestrutura adequada.
Fontes: Denise Elias (Scripta Nova, 2006); Embrapa e IBGE (dados sobre fruticultura e perímetros irrigados do Vale do São Francisco).
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