A partilha da África entre os países europeus, no final do
século XIX,
A África só começou a ser ocupada pelas potências europeias
exatamente quando a América se tornou independente,
quando o antigo sistema colonial ruiu, dando lugar a outras
formas de enriquecimento e desenvolvimento das economias
mais dinâmicas, que se industrializavam e ampliavam seus
mercados consumidores. Nesse momento foi criado um novo
tipo de colonialismo, implantado na África a partir do final do
século XIX [...].
(Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2007.)
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa C
Tema central: a chamada "Partilha da África" ou Scramble for Africa (final do séc. XIX) — processo em que potências europeias dividiram e ocuparam o continente sem considerar as estruturas políticas, sociais e econômicas africanas pré‑existentes. Evento-chave: Conferência de Berlim (1884–85) e a regra da “ocupação efetiva”. (Marina de Mello e Souza, 2007; Thomas Pakenham, 1991).
Resumo teórico: O imperialismo europeu dessa fase foi impulsionado pela industrialização (procura de matérias‑primas e mercados), rivalidades entre Estados e fatores geopolíticos. As potências desenharam fronteiras e impondo administrações coloniais que muitas vezes ignoraram reinos, rotas comerciais e identidades étnicas locais — princípio prático da conquista era a ocupação física e o controle administrativo.
Por que a alternativa C está correta? Porque a partilha realmente ignorou os laços comerciais, políticos e culturais africanos: fronteiras arbitrárias dividiram povos e integraram áreas sem respeito às redes locais. A Conferência de Berlim estabeleceu regras entre europeus, não para proteger sociedades africanas, e a ocupação se deu via força, tratados forçados e administração colonial.
Análise das alternativas incorretas:
A — falsa: não houve conciliação real entre colonizadores e colonizados; a dominação foi coercitiva, com exploração econômica e repressão.
B — falsa: a partilha não respeitou divisões políticas/étnicas; ao contrário, redesenhou territórios sem considerar realidades locais.
D — falsa: a distribuição não favoreceu sistematicamente países que “haviam perdido colônias”; fatores foram rivalidade, poder naval, negociações e ambição de prestígio (ex.: Alemanha e Bélgica expandiram buscando prestígio, não por terem “perdido” colônias).
E — falsa: a ocupação atingiu profundamente o interior (ex.: Estado Livre do Congo, África Oriental Britânica, África Ocidental Francesa) — não foi restrita ao litoral.
Dica de prova: desconfie de alternativas que usam termos absolutos (sempre/nunca/afetou apenas) e procure relacionar enunciado com eventos concretos (Conferência de Berlim; política de ocupação efetiva).
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