Durante o século II, o Império Romano atingiu sua máxima extensão territorial, dominando quase toda a atual Europa, o norte da África e partes do Oriente Médio. No final do século IV, porém, essa unidade começaria a ser desfeita com a divisão do império em duas porções: a ocidental, com a capital em Roma, e a oriental, com a capital em Bizâncio. Nos séculos IV e V, a fragmentação territorial se aprofundou ainda mais e o Império Romano do Ocidente acabou desaparecendo para dar lugar a diversos reinos germânicos.

Quanto à desagregação e queda do Império Romano do Ocidente, assinale a alternativa correta.

Tema central: a queda do Império Romano do Ocidente (séculos IV–V) é um processo histórico multicausal envolvendo fatores econômicos, militares, sociais e religiosos. Para a prova, é essencial identificar causas plausíveis segundo a historiografia e descartar explicações anacrônicas ou simplistas.

Resumo teórico sucinto: com o fim das grandes conquistas (séculos II–III) diminuiu o fluxo de escravos e de riquezas; isso afetou a economia e a produção. Ao mesmo tempo houve crise fiscal, enfraquecimento do exército profissional, assentamento de povos germânicos como federados dentro das fronteiras e repetidas invasões. O cristianismo mudou valores e instituições, mas não foi causa única; houve transformação das estruturas políticas que culminou na fragmentação do Ocidente. (Ver síntese em obras como Peter Heather e Bryan Ward-Perkins; também Cambridge Ancient History.)

Por que a alternativa E está correta: ela reúne fatores centrais reconhecidos pela historiografia: interrupção das conquistas e declínio econômico/escravista, as invasões/assentamentos germânicos e a influência do cristianismo como elemento cultural/institucional que participou do processo de transformação e fragmentação. A alternativa apresenta uma explicação integrada e plausível, sem cometer anacronismos.

Análise das alternativas incorretas:

A — Incorreta. Afirma que o êxodo rural gerou crescimento desordenado das cidades. Na realidade, houve desurbanização: muitas cidades declinaram; não foi o crescimento urbano que derrubou o império.

B — Incorreta. Erra ao afirmar que tribos germânicas introduziram paganismo e causaram a divisão entre católicos e ortodoxos. Primeiro, a cisão católico/ortodoxa é de 1054 (século XI), muito posterior. Além disso, muitos povos germânicos eram cristãos arianos, não necessariamente pagãos; a relação Igreja–Império é complexa, não de simples “retirada de apoio”.

C — Incorreta. O latim não se fundiu com línguas germânicas para criar as línguas germânicas; pelo contrário, as línguas românicas (francês, italiano, espanhol, etc.) derivam do latim. A explicação linguística aqui está equivocada.

D — Incorreta. A luta patrícios × plebe ocupa outra fase da história romana (República antiga). A ideia de que o exército foi deslocado para defender latifundiários e permitir invasões simplifica e distorce a realidade das causas militares e fronteiriças do declínio.

Dica de prova: procure respostas multicausais, desconfie de afirmações anacrônicas (datas/acontecimentos fora de época) e verifique termos-chave (ex.: “fim das conquistas”, “desagregação econômica”, “assentamento de federados”). Use o processo de eliminação confrontando cada alternativa com fatos cronológicos e conceituais.

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