Questão 40278a02-df
Prova:UNIR 2008
Disciplina:História
Assunto:República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

A mudança será imposta sob a forma de golpe militar, ficando entretanto contida dentro dos limites de interesses dos grupos que integram o movimento e que realizarão apenas as modificações institucionais necessárias à sua efetivação ao poder e à realização de uma política econômica e administrativa propícia aos seus interesses.


(DA COSTA, Emília Viotti. Da Monarquia à República: momentos decisivos. São Paulo: Grijalbo, 1977.)


O texto acima refere-se ao fim do Império no Brasil. Sobre o assunto, analise as afirmativas.


I - Parte da classe senhorial, incapaz de se adaptar às exigências de modernização da economia, foi também abalada pelo fim da escravidão e, conseqüentemente, retirou seu apoio à monarquia.

II - A queda da monarquia, em 1889, representou uma ruptura no processo histórico brasileiro, por exemplo, com melhoras significativas para os trabalhadores rurais, com mudança no sistema de produção e maior independência dos mercados e capitais estrangeiros.

III - O fim da monarquia e conseqüente advento da República deveram-se a uma conjugação de três forças: uma parcela do exército, fazendeiros do oeste paulista e representantes das classes médias urbanas.

IV - Fazendeiros paulistas descontentes com o fim da escravidão e o proletariado urbano e rural foram os responsáveis pela queda do regime monárquico.


Estão corretas as afirmativas

A
II e IV, apenas.
B
III e IV, apenas.
C
I e III, apenas.
D
I, II e III, apenas.
E
II, III e IV, apenas.

Gabarito comentado

V
Vanessa CamposMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: C — I e III, apenas.

Tema central: a transição da monarquia para a República (1889) — compreender causas sociais, políticas e econômicas que explicam por que a monarquia caiu sem grande mobilização popular e qual foi o perfil dos atores que incentivaram o golpe.

Resumo teórico: A queda do Império foi um golpe militar que contou com a confluência de três forças principais: setores do Exército (oficiais positivistas e republicanos), a elite cafeeira do oeste paulista e camadas das classes médias urbanas (profissionais liberais, funcionários públicos). A abolição (1888) enfraqueceu parte da elite escravocrata, reduzindo o apoio à coroa, mas não houve mudança imediata nas condições dos trabalhadores rurais ou urbanos — a República manteve muitos traços da ordem anterior. (Ver: Emília Viotti da Costa; José Murilo de Carvalho)

Por que I é correta: Parte da classe senhorial (setores da aristocracia rural escravocrata) perdeu poder e prestígio com a abolição e recusou-se a sustentar a monarquia, contribuindo para o isolamento político do regime. Fonte: Emília Viotti da Costa.

Por que III é correta: A interpretação clássica e majoritária indica a conjugação de militares, fazendeiros do oeste paulista (café) e representantes das classes médias como articuladores do golpe — coerente com estudos sobre a Proclamação da República.

Por que II está errada: A queda não representou uma ruptura com melhorias significativas para trabalhadores rurais; não houve reforma agrária ou autonomia econômica real frente ao capital externo. A República iniciou continuidade de elites e dependência econômica.

Por que IV está errada: A versão que atribui o protagonismo ao proletariado urbano e rural é incorreta: trabalhadores não lideraram a derrubada — o movimento foi articulado por militares e elites; os fazendeiros paulistas apoiaram por interesses políticos e econômicos, mas o proletariado não foi força motriz.

Dica de prova: procure nas alternativas palavras-chave como "ruptura", "melhoras significativas" ou "proletariado protagonista" — elas costumam indicar afirmações exageradas ou anacrônicas quando aplicadas à Proclamação de 1889.

Fontes recomendadas: Emília Viotti da Costa, Da Monarquia à República; José Murilo de Carvalho, A Formação das Almas.

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