A adoção de uma monarquia parlamentar por parte de D. Pedro I foi resultado:
Gabarito comentado
Alternativa correta: D — do apoio dado pelas elites do Centro‑Sul proprietárias de terras.
Tema central: trata-se da natureza política do Brasil independente (monarquia constitucional) e dos atores que sustentaram sua forma de governo. É essencial entender o papel das oligarquias agrárias (latifundiárias e escravistas) do Centro‑Sul na consolidação do Império.
Resumo teórico: a independência do Brasil (1822) foi conduzida majoritariamente por elites provinciais que buscavam preservar privilégios: propriedade da terra, controle do trabalho escravo e acesso aos mercados internacionais. Essas elites viram na monarquia moderada uma solução capaz de garantir ordem, legitimidade e continuidade institucional — evitando rupturas revolucionárias. A Constituição outorgada por D. Pedro I (1824) criou mecanismos (como o Poder Moderador) que reforçavam a centralidade do imperador e protegiam os interesses das elites.
Justificativa da alternativa D: o apoio das elites do Centro‑Sul (plantadores de açúcar e, sobretudo, de café) foi decisivo para a manutenção da monarquia. Essas classes favoreciam uma monarquia que assegurasse estabilidade política e proteção às propriedades e ao sistema escravista. Assim, a forma monárquica constitucional consolidou‑se como arranjo pactuado entre o imperador e as elites regionais.
Por que as demais alternativas estão erradas:
A — golpe militar: a implantação da monarquia não resultou de um golpe militar; foi um processo político liderado por elites civis e pela corte, não por uma junta ou intervenção militar típica.
B — aplicação da Constituição de 1822: incorreta porque não houve uma "Constituição de 1822" promulgada; a Constituição relevante foi a outorgada de 1824. Além disso, a monarquia resultou mais de interesses das elites que da simples aplicação de um texto constitucional.
C — imposição da Inglaterra e da França: embora a Inglaterra tivesse forte influência econômica e diplomática, não impôs a forma monárquica parlamentar ao Brasil; a escolha refletiu prioridades internas das elites.
E — reivindicações de movimentos populares do Rio de Janeiro: movimentos populares tiveram papel secundário: a decisão sobre a forma de governo foi tomada por elites políticas e econômicas, não por reivindicações populares urbanas.
Estratégia para provas: identifique quem são os sujeitos históricos (elites, militares, estrangeiros, povo) e relacione com interesses materiais (terra, escravo, comércio). Desconfie de alternativas que nomeiam documentos inexistentes ou que atribuem centralidade a atores sem base histórica.
Fontes indicadas: Boris Fausto, "História do Brasil" (cap. Império); texto da Constituição de 1824.
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