Os séculos XIII e XIV são
marcados por uma profunda crise que teve
como “O determinante mais profundo desta
crise provavelmente estará no ‘emperramento’ dos mecanismos de reprodução do sistema até o
ponto das suas capacitações básicas. Em
particular, parece claro que o motor básico da
recuperação dos solos, acabou ultrapassando os
limites objetivo da estrutura social e das terras
disponíveis. A população continuou a crescer e
a produção caiu nas terras marginais ainda
disponíveis para uma recuperação aos níveis da
técnica existente, e o solo deteriorado por causa
da pressa e do mau uso”. (Anderson, Perry. Passagens da antiguidade ao feudalismo. – São Paulo:
Brasiliense, 2004. Pag. 191,192)
Essa crise tomou conta do Ocidente e
possibilitou o declínio do sistema feudal, dessa
forma quais os antecedentes desta:
Gabarito comentado
Resposta: Alternativa E
Tema central: a crise dos séculos XIII–XIV na Europa Ocidental — quadro de estagnação agrária e social que enfraqueceu o sistema feudal e abriu caminho para transformações econômicas e políticas (queda da produção, pressão demográfica, revoltas camponesas, subida de preços e emergência de classes urbanas).
Resumo teórico e fontes: No fim da Alta Idade Média houve crescimento populacional até limites da capacidade produtiva; seguida por declínios (século XIV) causados por esgotamento de solos, más técnicas agrícolas em terras marginais, climáticas adversas e crises socioeconômicas. Esses fatores provocaram queda da produção e agudizaram tensões (ver Perry Anderson, Passagens da Antiguidade ao Feudalismo; Marc Bloch, A Sociedade Feudal).
Por que a alternativa E é correta: A alternativa reúne os elementos centrais apontados pela literatura sobre a "crise" medieval: declínio do sistema produtivo, rebeliões no campo (ex.: revoltas camponesas), aumento do preço dos cereais (pressão inflacionária por oferta reduzida), surgimento de uma nova classe de mercadores e o esgotamento do solo. Esses itens explicam o enfraquecimento das relações senhoriais e a reestruturação econômica — correspondem diretamente ao enunciado e ao trecho de Anderson.
Análise das alternativas incorretas:
A — refere‑se ao uso da escravidão na sociedade greco‑romana; é tema de Antiguidade, não causa direta da crise feudal medieval. É anacrônico para os séculos XIII–XIV.
B — industrialização e divisão social do trabalho são processos modernos (séculos XVIII–XIX); portanto também anacrônico e fora do contexto feudal medieval.
C — simplifica e distorce o papel da Igreja. A Igreja não promoveu um bloqueio total à cultura clássica; muito do saber clássico foi preservado e reapropriado por escolásticos. Além disso, a crise feudal tem causas socioeconômicas, não apenas religiosas.
D — descreve genericamente formas de associação urbana/medieval, mas não explica a crise em larga escala nem corresponde aos fatores macroeconômicos indicados pela passagem citada.
Dicas de prova: busque palavras‑chave do enunciado (ex.: "esgotamento do solo", "queda da produção", "rebeliões") e elimine alternativas anacrônicas (industrialização, escravidão antiga) ou que mudem o nível de análise (institucional/religioso quando a questão pede econômico/social).
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