Do movimento iluminista à Revolução Francesa, a pedagogia sai do campo filosófico para entrar no campo político, rompe com
a vertente elitista de alguns enciclopedistas e deixa de ser concebida como privilégio do indivíduo, passando a ser entendida
como direito do ser humano.
(Sonia Marrach. Outras histórias da educação. São Paulo: UNESP, 2009. p. 39. Adaptado.)
A mudança de perspectiva mencionada no texto fundamentou a concepção que associa:
Gabarito comentado
Alternativa correta: D
Tema central: o enunciado trata da passagem do ensino do plano filosófico para o político no Iluminismo e na Revolução Francesa — ou seja, da transformação da educação de privilégio elitista em direito universal e instrumento contra o obscurantismo.
Resumo teórico: pensadores como Rousseau (Emílio) e iniciativas pós‑revolucionárias (Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, 1789) colocaram a educação no campo dos direitos. Condorcet e outros defendiam instrução pública como condição do progresso; no século XIX/XX a ideia evolui até declarações internacionais (por exemplo, Art. 26 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948) que consagram a educação como direito.
Justificativa da alternativa D: a opção D associa educação universal à erradicação do obscurantismo, espelhando exatamente a mudança mencionada: a pedagogia deixa de ser privilégio de poucos e passa a ser vista como meio público de instrução, emancipação e combate à ignorância — objetivo central do discurso iluminista e das políticas educativas revolucionárias. Obras e documentos do período conectam educação pública à difusão da razão e à superação do obscurantismo religioso/feudal.
Análise das alternativas incorretas:
A. “racionalismo científico à consolidação do pensamento moderno” — parcialmente verdade para o Iluminismo, mas não responde ao foco pedagógico do enunciado: trata mais de epistemologia/ciência do que da transformação da educação em direito universal.
B. “democracia representativa à construção da igualdade formal” — o Iluminismo influencia ideias de igualdade, mas a questão enfatiza educação como direito e acesso universal, não especificamente a institucionalização da democracia representativa nem apenas igualdade formal.
C. “participação política à destruição do antigo regime” — a participação política e a queda do Antigo Regime são relevantes, porém o trecho cita mudança de perspectiva sobre pedagogia (direito de todos), logo a ênfase é educativa e emancipadora, não exclusivamente revolucionária/constitucional.
E. “normas jurídicas à eliminação dos estamentos feudais” — reformas legais ajudaram na derrubada dos privilégios, mas a alternativa não destaca a dimensão pedagógica/universalizante presente no enunciado.
Dica de prova: procure termos-chave do enunciado — “direito do ser humano”, “rompe com elitista” — que apontam para universalização da educação. Opções que desviam o foco (ciência, democracia formal, legalidade sem dimensão educativa) costumam ser as pegadinhas.
Fonte sugerida: Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789); Rousseau, Emílio (1762); Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948).
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