“O governo de Juscelino Kubitschek ficou associado à instalação da indústria
automobilística no País. Isso não quer dizer que antes dele não tivessem existido
montadoras e fábricas de autopeças no Brasil. Suas proporções eram, porém, limitadas. A empresa nacional mais importante era a Fábrica Nacional de Motores
(FNM), instalada em 1942 como sociedade de economia mista em que o Estado
tinha o controle acionário. A FNM foi criada com o objetivo não alcançado de
fabricar motores de avião. A partir de 1946 começou a produzir tratores e, em 1952,
caminhões, com um índice de nacionalização de 35% do peso do veículo”. (Boris
Fausto. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995).
É correto afirmar que a política industrial do governo de Juscelino Kubitschek, com
base na indústria automobilística, efetivou-se:
Gabarito comentado
Gabarito: Alternativa C
Tema central: industrialização brasileira no governo de Juscelino Kubitschek (1956–1961), especialmente a política de atração da indústria automobilística e suas prioridades econômicas e urbanas.
Resumo teórico: JK aplicou o chamado Plano de Metas (“50 anos em 5”), estimulando a indústria por substituição de importações, atraindo capital estrangeiro para montar fábricas no Brasil e investindo em infraestrutura (rodovias, energia, construção de Brasília). A ênfase foi no setor automobilístico como motor do desenvolvimento industrial, sem prioridade equivalente a políticas de transporte público urbano.
Justificativa da alternativa C (correta): A alternativa afirma que a política automobilística se efetivou mesmo sem priorizar transporte público de massa. Isso é correto: JK privilegiou a produção e circulação de veículos privados e a construção de rodovias para integração nacional. As ações favoreceram a indústria automotiva (incentivos, facilitação de importações de máquinas e capital estrangeiro) enquanto políticas de mobilidade urbana coletiva tiveram menor protagonismo na agenda.
Análise das alternativas incorretas:
A — Incorreta. Afirma que o balanço de pagamentos só foi rompido em 1961 por João Goulart; simplifica causalidade e erra a data/tempo: as pressões externas e déficits começaram antes e a situação financeira era fruto de investimento estrangeiro e política de crescimento acelerado, não apenas da posse de Jango.
B — Incorreta. Diz que houve apoio maciço das grandes montadoras nacionais. Na realidade, as maiores interessadas e investidoras eram empresas estrangeiras (subsidiárias de multinacionais); a indústria nacional ainda era limitada.
D — Incorreta. Afirma ausência de interesse de montadoras estrangeiras; o oposto ocorreu: JK buscou e atraiu capital externo, criando condições para que estrangeiras instalassem fábricas no Brasil.
E — Incorreta. A indústria ferroviária e aeronáutica não gerou os lucros que financiaram a diversificação automotiva; o processo foi movido por políticas públicas, investimentos estatais e capital estrangeiro no contexto da ISI.
Estratégias para prova: destaque palavras como “efetivou-se” e “mesmo não priorizando” — elas indicam contraste. Verifique atores econômicos (nacional vs. estrangeiro) e cronologia (anos 1956–1961). Evite conclusões genéricas sem apoio histórico.
Fontes sugeridas: Boris Fausto, História do Brasil (1995); estudos sobre o Plano de Metas e a industrialização por substituição de importações.
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