Questão 398ae9f8-a4
Prova:UNB 2011
Disciplina:História
Assunto:História Geral, Período Entre-Guerras: Totalitarismos

Os regimes totalitários, que dominaram a cena histórica mundial em determinada época do século XX, caracterizavam-se, entre outros aspectos, pela construção mítica da imagem de seus líderes, a exemplo de Hitler, na Alemanha, Mussolini, na Itália, e Stálin, na URSS. Getúlio Vargas, no Brasil do Estado Novo, representou esse culto à imagem do líder.

É tremenda injustiça comparar Khrushtchev a Hitler. A arrogância, a truculência, a insensibilidade brutal do ditador soviético são inéditas na História do mundo. Nunca se viu, desde os tempos de Gengis Khan, tamanho desprezo pelos valores da  civilização ou maior falta de escrúpulos. Estarrecido, o mundo, ao mesmo tempo em que se inteirava da consumação das ameaças de Khrushtchev de fazer explodir a superbomba de 50 megatons, lia a resposta dele ao apelo dos deputados trabalhistas ingleses para que desistisse da explosão. Em lugar de responder como faria um homem civilizado e dotado de qualquer vestígio de decência ou de sentimento de humanidade, Khrushtchev replicou, com todo o seu furor vesânico, para ameaçar a Inglaterra de destruição total,
assegurando que ela seria riscada do mapa.

 O trecho acima, extraído e adaptado do jornal O Globo, é parte do editorial “Ditador fanático quer subjugar o mundo pelo terror”, publicado na primeira página da edição de 1.º de novembro de 1961. Considerando a retórica do editorial, o ano em que foi publicado e o contexto histórico em que se inscreve, além de aspectos marcantes da história do século XX, julgue os itens de 105 a 109.

C
Certo
E
Errado

Gabarito comentado

V
Vanessa CamposMonitor do Qconcursos

Resposta: C — Certo

Tema central: reconhecimento das características dos regimes totalitários no século XX — entre elas o culto à personalidade — e a aplicação desse traço ao Estado Novo de Getúlio Vargas (1937–1945).

Resumo teórico: Regimes totalitários combinam monopólio do poder, ideologia única, repressão de opositores, controle dos meios de comunicação e mobilização de massas. Um elemento marcante é o culto à personalidade: construção mítica da figura do líder por meio de propaganda, símbolos e rituais públicos (ver Hannah Arendt, The Origins of Totalitarianism; Robert Paxton, The Anatomy of Fascism).

Por que a alternativa está correta: O Estado Novo adotou mecanismos claros de construção da imagem de Getúlio Vargas como líder supremo — uso intensivo do rádio, imagens oficiais, cerimônias, e controle da imprensa por meio do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP, criado em 1939) — visando criar identificação entre chefe do Executivo e nação. Historiadores brasileiros (ex.: Boris Fausto) descrevem esse processo como culto à figura do “chefe” e personalização do poder, enquadrando-o nas práticas autoritárias do período, ainda que o Brasil tivesse especificidades distintas dos regimes nazista ou stalinista.

Dica de prova: Ao ler afirmações sobre “culto ao líder”, procure evidências no enunciado ou no contexto histórico: existência de órgãos de propaganda, censura, rituais e representações oficiais. Se essas evidências aparecem, a afirmação tende a ser correta.

Fontes recomendadas: Hannah Arendt, The Origins of Totalitarianism (1951); Robert Paxton, The Anatomy of Fascism; Boris Fausto, História do Brasil.

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