É possível associar ao movimento emancipacionista, que
o texto de Carlos Guilherme Mota e Adriana Lopez identifica,
Considere o texto abaixo.
Finalmente, a bandeira. Tiradentes propôs que fosse
adotado o triângulo representando a Santíssima Trindade, com
alusão às cinco chagas de Cristo crucificado, presente nas
armas portuguesas. Já Alvarenga propôs a imagem de um índio
quebrando os grilhões do colonialismo, com a inscrição
“Libertas quae sera tamen” (Liberdade, ainda que tardia), do
poeta latino Virgílio, e que foi adotada e consagrada.
(MOTA, Carlos Guilherme e LOPEZ, Adriana. História do Brasil:
uma interpretação. São Paulo, Ed. 34, 2015, 4. ed. p. 261)
Gabarito comentado
Alternativa correta: E
Tema central: trata-se da Inconfidência Mineira (1789) e da influência das ideias iluministas sobre grupos de elite na capitania de Minas Gerais. Para resolver a questão é preciso identificar quem eram os protagonistas, quais ideias guiavam o movimento e o alcance social e político de suas propostas.
Resumo teórico
O Iluminismo (séculos XVII–XVIII) difundiu conceitos como liberdade, igualdade, direitos naturais e crítica ao absolutismo. No Brasil colonial, esses ideais chegaram sobretudo a círculos letrados e mercantis — militares, funcionários, comerciantes e proprietários — que passaram a conceber a independência e a república. A Inconfidência Mineira foi um conspiração de elites locais, inspirada por esses valores, marcada por símbolos (a bandeira, o lema Libertas quae sera tamen) mas sem mobilizar as massas nem propor reformas sociais profundas como a abolição imediata da escravidão.
Fontes: MOTA & LOPEZ, História do Brasil (2015); Encyclopaedia Britannica — entrada "Inconfidência Mineira".
Por que a alternativa E é correta
A alternativa E aponta justamente a difusão das ideias iluministas em círculos politizados e insatisfeitos com o domínio português — explicação alinhada ao texto base (bandeira, lema clássico, símbolos republicanos) e à historiografia: a conjuração foi fruto de conhecimento e debate intelectual entre elites, não de uma revolução social de massas.
Análise das alternativas incorretas
A — Incorreta: vincula a Inconfidência à influência da Revolução Haitiana e à intenção abolicionista. A Revolução do Haiti (iniciada em 1791) ocorreu depois e a Inconfidência não tinha como objetivo central extinguir a escravidão.
B — Incorreta: exagera o caráter popular e igualitário. Os inconfidentes eram majoritariamente elites; o movimento não alcançou ampla participação social nem implementou políticas de igualdade para todos.
C — Incorreta: afirma que pregavam igualdade racial e fim da escravidão. Não há evidências de que essas demandas integrassem o projeto dos inconfidentes; suas propostas eram políticas (independência, república) e restritas socialmente.
D — Incorreta: reduz o movimento a uma rebelião econômica reativa (falta de mão de obra, controle comercial). Embora tensões econômicas existissem, o fator intelectual e político (Iluminismo, republicanismo) é determinante na interpretação correta.
Dica de prova: ao identificar movimentos coloniais, cheque: (1) data/ordem cronológica; (2) composição social dos atores; (3) objetivos explícitos (políticos vs. sociais). Essas pistas ajudam a evitar pegadinhas sobre “revolução social” ou influência externa incorreta.
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