Cresce entre muitos o erro perniciosíssimo de que o valor da Escritura decorre da
vontade da Igreja, como se dependesse do arbítrio humano a eternal e inviolável
verdade de Deus, pois, com grande desprezo pelo Espírito Santo, perguntam: quem
nos fará crer que provém de Deus? Como nos certificamos de que chegou salva e
intacta aos nossos dias? Quem pode nos persuadir de que este livro deve ser recebido
com reverência e outro expurgado? Exceto que, acerca disso, a regra seja prescrita
pela Igreja?
CALVINO, J. A instituição da religião cristã. Trad.: Editora Unesp, São Paulo:2007, tomo I, p. 71.
O texto acima refere-se
Cresce entre muitos o erro perniciosíssimo de que o valor da Escritura decorre da vontade da Igreja, como se dependesse do arbítrio humano a eternal e inviolável verdade de Deus, pois, com grande desprezo pelo Espírito Santo, perguntam: quem nos fará crer que provém de Deus? Como nos certificamos de que chegou salva e intacta aos nossos dias? Quem pode nos persuadir de que este livro deve ser recebido com reverência e outro expurgado? Exceto que, acerca disso, a regra seja prescrita pela Igreja?
CALVINO, J. A instituição da religião cristã. Trad.: Editora Unesp, São Paulo:2007, tomo I, p. 71.
O texto acima refere-se
Gabarito comentado
Alternativa correta: D
Tema central: o texto apresenta uma defesa da autoridade das Sagradas Escrituras contra a ideia de que a Igreja humana teria poder arbitrário para decidir o que é palavra de Deus. Trata‑se de um argumento típico da Reforma protestante (Calvino), ligado ao princípio da sola scriptura.
Resumo teórico rápido: a Reforma do século XVI rechaçou a visão de que a Igreja institucional — por si só — determina a verdade divina. Para reformadores como João Calvino, a Escritura é a norma suprema; o papel do Espírito Santo e a leitura coletiva e individual da Bíblia garantem sua autoridade. Fonte principal: Institutes of the Christian Religion, J. Calvin.
Justificativa da alternativa D: o excerto critica explicitamente o argumento de que “o valor da Escritura decorre da vontade da Igreja” e pergunta retoricamente “quem nos fará crer que provém de Deus?”, mostrando desconfiança frente à intermediação e arbitrariedade e defendendo que a verdade está nas Escrituras. Logo, a alternativa D — valorização da verdade nas Sagradas Escrituras e crítica à intermediação da Igreja — sintetiza corretamente a posição do texto.
Análise das alternativas incorretas:
A — Incorreta. Mistura salvação por obras e “conhecimento da Bíblia”; o texto não defende salvação por obras nem afirma que a Bíblia é meio de salvação humana conjunta.
B — Incorreta. Afirma o papel da Igreja como orientadora do conhecimento divino; ao contrário, o texto critica exatamente essa pretensão da Igreja.
C — Incorreta. O texto rejeita o livre arbítrio como critério para validar escritos sagrados; questiona quem teria autoridade humana para decidir, não apoia essa ideia.
E — Incorreta. Embora mencione o Espírito Santo, o texto reprova o desprezo pelo Espírito (no sentido de dúvida humana) e não promove culto aos santos como caminho de compreensão divina.
Estratégias para resolver questões parecidas: procure palavras-chave (ex.: “Escritura”, “Igreja”, “quem nos fará crer”, “regra prescrita”) e relacione‑as a conceitos históricos (sola scriptura x autoridade eclesiástica). Desconfie de alternativas que misturam doutrinas diferentes (salvação por obras vs autoridade bíblica).
Referências: John Calvin, Institutes of the Christian Religion; estudos sobre a Reforma Protestante e o princípio sola scriptura.
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