Questão 34dd86d9-b2
Prova:FATEC 2015
Disciplina:História
Assunto:História Geral, Expansão Comercial a Marítima: a busca de novos mundos

Sobre as Grandes Navegações Portuguesas e seus desdobramentos históricos, é correto afirmar que

A
esse contexto é fruto do processo revolucionário comandando pelo presidente Antônio Salazar, que, posteriormente, utilizou as terras descobertas no além-mar para exilar seus opositores políticos.
B
Portugal, interessado nas especiarias orientais, cujo comércio era controlado pelos mercadores italianos e árabes, procurou novas rotas para atingir as Índias e eliminar esses intermediários.
C
a fragmentação política do reino, consequência da Revolução de Avis, ocorrida em 1385, atrasou em pelo menos dois séculos o desenvolvimento das condições necessárias para a realização das primeiras viagens.
D
Portugal foi o último reino europeu a se lançar na aventura das viagens marítimas, devido, principalmente, a uma grande crise econômica, o que impediu o desenvolvimento da tecnologia necessária para as travessias oceânicas.
E
os portugueses, impulsionados pela concorrência da economia da Inglaterra, optaram por tomar posse da sua colônia americana, o Brasil, e iniciar a produção do algodão que iria abastecer os mercados internacionais no século XVI.

Gabarito comentado

G
Gabrielle FrancoMonitor do Qconcursos

Resposta correta: Alternativa B

Tema central: as Grandes Navegações Portuguesas — objetivos, motivações e consequências do esforço de Portugal (séculos XV–XVI) para atingir as Índias por via marítima.

Resumo teórico: Portugal buscou uma rota marítima para as Índias para obter especiarias (pimenta, cravo, canela) sem depender dos mercadores do Oriente Médio e das cidades-Estado italianas (Veneza, Gênova) que controlavam o comércio terrestre e intermediado. Esse esforço contou com apoio estatal (Infante D. Henrique), inovações náuticas (caravelas, astrolábio, cartas náuticas) e culminou nas viagens de Bartolomeu Dias (cabo da Boa Esperança) e Vasco da Gama (1498, Índia). Fontes úteis: C. R. Boxer, The Portuguese Seaborne Empire; Bailey W. Diffie & George D. Winius, Foundations of the Portuguese Empire.

Justificativa da alternativa B: a alternativa explica precisamente a motivação econômica principal — eliminar intermediários italianos e árabes no comércio de especiarias — e a busca de novas rotas marítimas às Índias, que foi motor direto das viagens portuguesas do século XV.

Análise das alternativas incorretas:

A — incorreta. Mistura contextos: António de Oliveira Salazar foi ditador do século XX; não comandou as Grandes Navegações nem usou essas terras para exílio político na época das viagens ultramarinas (séc. XV–XVI). É anacronismo.

C — incorreta. A Dinastia de Avis (a partir de 1385) trouxe estabilidade interna em Portugal; longe de atrasar, favoreceu a centralização que permitiu o patrocínio às navegações.

D — incorreta. Portugal foi pioneiro nas viagens oceânicas, não o último reino europeu; houve investimento em tecnologia náutica e apoio régio, ao contrário da afirmação.

E — incorreta. A competição com a Inglaterra e a produção algodoeira em escala para mercados internacionais são retroprojetadas: o Brasil foi “descoberto” em 1500 e a economia açucareira foi inicial; a industrialização têxtil inglesa só ganha força séculos depois. A motivação principal das viagens portuguesas era o comércio de especiarias para o Oriente.

Dica de prova: procure anachronismos (pessoas ou processos fora do tempo), palavras-chave (especiarias, intermediários, rota marítima) e antecedentes políticos (estabilidade vs. fragmentação) para eliminar alternativas.

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