Leia o trecho de uma das versões da lenda O País da Cocanha, muito difundida entre os camponeses medievais.
Bem-vindo à Cocanha, que nenhuma outra terra é capaz de igualar. Aqui
abundam as coisas boas, sem que ninguém precise semear para colher.
Nunca tem inverno nem geada, nunca tem seca nem fome. E nenhum senhor
vem roubar nossos celeiros nem devastar nossas plantações. Venha, você
será meu convidado!
(MASSARDIER, G. Contos e lendas da Europa medieval. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. pp.27-35.)
Ao sonhar com um lugar em que havia abundância de alimentos, esses trabalhadores expressavam uma preocupação
constante em suas vidas: a fome.
Sobre as condições de produção e distribuição de alimentos na Alta Idade Média, é correto afirmar que
Leia o trecho de uma das versões da lenda O País da Cocanha, muito difundida entre os camponeses medievais.
Bem-vindo à Cocanha, que nenhuma outra terra é capaz de igualar. Aqui abundam as coisas boas, sem que ninguém precise semear para colher. Nunca tem inverno nem geada, nunca tem seca nem fome. E nenhum senhor vem roubar nossos celeiros nem devastar nossas plantações. Venha, você será meu convidado!
(MASSARDIER, G. Contos e lendas da Europa medieval. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. pp.27-35.)
Ao sonhar com um lugar em que havia abundância de alimentos, esses trabalhadores expressavam uma preocupação constante em suas vidas: a fome.
Sobre as condições de produção e distribuição de alimentos na Alta Idade Média, é correto afirmar que
Gabarito comentado
Alternativa correta: E
Tema central: condições de produção e distribuição de alimentos na Alta Idade Média e as causas da insegurança alimentar entre camponeses. É tema recorrente em provas de História Geral porque conecta economia rural, clima, tecnologia agrícola e relações de poder (senhorio feudal).
Resumo teórico: Na Alta Idade Média (sécs. V–XI/XII) a agricultura predominava; técnicas eram simples, os instrumentos pouco mecanizados e a produtividade por hectare baixa. O clima (frio e úmido em muitas regiões), cheias e pragas podiam arruinar colheitas. Além disso, os camponeses pagavam tributos, rendas e corveias ao senhor — parte da produção era destinada ao senhorio e à Igreja — reduzindo a reserva para consumo. Fontes essenciais: Marc Bloch, Feudal Society; Georges Duby, Rural Economy and Country Life; e obras coletivas como The Cambridge Economic History of Europe. (Cf. Massardier, contos populares que refletem essa realidade).
Por que a alternativa E é correta: A alternativa E reúne os fatores reais apontados pela historiografia: clima adverso e desastres naturais, tecnologia agrícola limitada e extração de parte da produção pelos senhores. Esses elementos explicam a recorrência da fome entre camponeses na Alta Idade Média. A descrição é coerente com estudos sobre subsistência camponesa e relações seigneuriais.
Análise das alternativas incorretas:
A: Falsa — atribui a fome à preguiça/ preferência por coleta; isso é anacrônico e não sustentado por fontes. Camponeses realizavam trabalho intenso; baixa produtividade vinha de técnicas e condições, não de indolência.
B: Falsa — afirma que solos eram inadequados em geral e que a dieta era carnívora por caça. Na verdade, a base era cereal (pão, aveia, cevada); a caça era privilégio dos senhores e rara para camponeses.
C: Falsa — exagera o papel do jejum e autoflagelo como causa de fome. Práticas religiosas existem, mas não explicam a escassez de alimentos em termos econômicos e ambientais.
D: Falsa — monocultura de cana-de-açúcar na Europa medieval é improcedente (essa cultura é característica de colônias tropicais/modernas). Não é fator explicativo na Europa medieval.
Dica de prova: Procure causas múltiplas (clima + tecnologia + relações sociais). Desconfie de alternativas que atribuam fenômenos complexos a uma única causa moralizante (preguiça, fé) ou a anacronismos econômicos (cana-de-açúcar na Europa medieval).
Fontes recomendadas: Marc Bloch, Feudal Society; Georges Duby, Rural Economy and Country Life; Massardier, Contos e lendas da Europa medieval.
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