Para o historiador Paulo Pinheiro Machado, o termo “Coronelismo” caracteriza um fenômeno político essencialmente ligado ao período da Primeira República (1889-1930).

Analise as proposições referentes a esse fenômeno político.

I. No Império, coronel era um título concedido pela Guarda Nacional; após a mudança do regime e com o fim da Guarda, coronel passou a significar latifundiário, o grande proprietário rural que dominava a política e a economia de determinado local.

II. O alicerce do poder político dos coronéis era a grande propriedade fundiária, geralmente habitada por muitos peões e agregados, homens de sua confiança; junto com fazendeiros, posseiros e lavradores vizinhos, estes homens colocavam sua lealdade a serviço do Chefe Político local.

III. Coronelismo caracterizava fenômeno político no qual os militares, nem sempre coronéis, eram eleitos para cargos do Executivo como prefeitos, governadores e até presidentes, no exercício pleno da democracia.

IV. Embora o termo esteja ligado ao período da Primeira República, pode-se afirmar que foi uma prática que se fortaleceu em muitas regiões do país antes da República e também após a Revolução de 1930.

V. Os grupos formados pelos principais coronéis regionais e por suas famílias constituíam as oligarquias estaduais que, por sua vez, dominavam os governos dos Estados.


Assinale a alternativa correta.

Resposta correta: Alternativa A

Tema central: Coronelismo — sistema de poder local baseado em clientelismo, violência simbólica e controle eleitorais durante a Primeira República, com raízes no Império e reflexos após 1930.

Resumo teórico curto: O título de “coronel” vinha da Guarda Nacional (Império). Com a República, o termo tornou‑se popular para designar os grandes proprietários rurais que exercem controle político local através de clientes, peões e chefias locais. O coronelismo sustentou oligarquias estaduais e se manifestou por meio de controle de votos, nepotismo e barganha política — nem sempre envolvendo oficiais militares.

Justificativa da alternativa A: As afirmativas I, II, IV e V são corretas porque:

• I — Verdadeira: origem do título na Guarda Nacional e posterior sentido sociopolítico ligado ao latifúndio.
• II — Verdadeira: base do poder era a grande propriedade e a rede de dependência (peões, agregados, vizinhos leais).
• IV — Verdadeira: práticas clientelistas precederam a República e persistiram depois de 1930 em várias regiões.
• V — Verdadeira: coronéis e suas famílias compunham as oligarquias estaduais que controlavam governos locais.

Análise das alternativas incorretas:

• B (inclui III) — incorreta porque III é falsa: coronelismo não é caracterizado por militares eleitos no “pleno exercício da democracia”; trata‑se de poder local clientelista e muitas vezes fraudulento, nem sempre ligado à figura militar.
• C — incorreta por incluir III (falsa) e excluir II e IV (verdadeiras).
• D — incorreta por omitir V, que é verdadeira.
• E — incorreta porque III é falsa; nem todos os itens são verdadeiros.

Dica de prova: ao ler afirmações sobre coronelismo, procure palavras‑armadilha como “militares”, “pleno exercício da democracia” ou generalizações absolutas. Associe o termo a clientelismo, oligarquia e controle local do voto.

Fontes sugeridas: Paulo Pinheiro Machado (sobre o conceito), Boris Fausto — História do Brasil (síntese sobre Primeira República) e estudos sobre Guarda Nacional e oligarquias estaduais.

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