“[...] o nascente Estado moderno fez o necessário
para tornar esse dever obrigatório a todas as
pessoas que se encontravam no interior de sua
soberania nacional. Nascida como ficção, a
identidade precisava de muita coerção e
convencimento para se consolidar e se concretizar
numa realidade.” (BAUMAN, 2005, p. 26)
A partir da leitura do texto do sociólogo polonês Zygmunt
Bauman e dos conhecimentos sobre identidade, marque V nas
afirmativas verdadeiras e F, nas falsas.
( ) Na contemporaneidade, a identidade está relacionada
apenas com o pertencimento ao território nacional.
( ) Para o Estado Moderno, a identidade nacional significava
um marco para sua soberania.
( ) A ficção do nascimento da identidade desempenhou um
papel importante na subordinação dos indivíduos pelo
Estado Moderno.
A alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo,
é a
Gabarito comentado
Alternativa correta: C — F V V
Tema central: identidade nacional e o papel do Estado Moderno na sua construção. A questão exige entender que identidade não é só vínculo territorial fixo, mas uma construção política e social usada pelo Estado para legitimar soberania e controlar populações.
Resumo teórico: para autores como Zygmunt Bauman (2005: p.26) e Benedict Anderson (Imagined Communities, 1983), a nação/identidade é uma construção — uma "ficção" social — que precisa de instituições (escola, exército, administração, censos, língua padrão) e, quando necessário, coerção para se tornar realidade. Weber complementa: o Estado moderno funda-se no monopólio legítimo da violência, o que permite impor normas identitárias.
Justificativa das sentenças:
1ª — Falsa. A identidade contemporânea não se reduz apenas ao território nacional. Ela é múltipla (local, regional, étnica, de gênero, profissional) e pode ser transnacional; reduzir a identidade ao território é simplificar e ignorar processos de globalização e pluralidade identitária.
2ª — Verdadeira. Para o Estado Moderno, moldar uma identidade nacional foi central à afirmação da soberania: a identificação dos governados com a nação facilita legitimidade, coesão e controle político (linguagem pública, símbolos, educação).
3ª — Verdadeira. Bauman aponta que a "ficção" da identidade teve de ser imposta — com convencimento e coerção — para subordinar indivíduos às categorias nacionais; portanto, a construção identitária foi instrumento de dominação estatal.
Análise das alternativas incorretas: A (V F V) erra por assumir verdadeira a 1ª; B (F V F) erra ao negar a 3ª; D (V F F) e E (V V V) falham por tratar a 1ª como verdadeira — equívoco conceitual sobre pluralidade identitária.
Fontes sugeridas: Z. Bauman (2005), B. Anderson (1983), obras sobre Estado moderno e nacionalismo; leitura complementar: Max Weber (teoria do Estado).
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