Podemos compreender corretamente que a sobrevivência da religiosidade dos escravos africanos durante
o período colonial esteve relacionada, entre outros fatores:
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa C
Tema central: Sobrevivência das religiões africanas no Brasil colonial. A questão exige entender como as práticas religiosas africanas se mantiveram apesar da imposição católica e da escravidão — ou seja, entender mecanismos de adaptação, dissimulação e resistência cultural (sincretismo, continuidade ritual, espaços próprios).
Resumo teórico rápido: A religiosidade africana sobreviveu por meio de estratégias que combinaram preservação de elementos tradicionais e adaptação ao contexto colonial. O sincretismo — identificar orixás com santos católicos — permitiu a continuidade de cultos em ambientes onde a prática explícita de crenças africanas era proibida. Além disso havia formação de terreiros, resistência comunitária e manutenção de línguas e músicas. (Ver: Roger Bastide, As Religiões Africanas no Brasil; Reginaldo Prandi, estudos sobre culto afro-brasileiro.)
Por que a alternativa C está correta: A prática de dar aos orixás nomes de santos católicos funcionou como estratégia de camuflagem e de continuidade ritual. Ao associar um orixá a um santo (por exemplo, Iemanjá a Nossa Senhora), os escravos puderam manter rituais e referência a suas divindades dentro de uma aparência cristã, reduzindo a perseguição e garantindo transmissão intergeracional. Esse processo é a essência do sincretismo religioso no Brasil colonial.
Análise das alternativas incorretas:
A: Errada — a catequese não visava "somente" os indígenas; africanos também foram alvo de catequese e da ação missionária, embora com limites práticos. Além disso, a catequese nem sempre eliminou crenças africanas.
B: Errada — o carnaval teve influências africanas e populares, mas sua função social não explica a sobrevivência dos cultos e estruturas religiosas específicas (terreiros, sacerdócio, mitologia).
D: Errada — a expulsão dos jesuítas (1759) alterou a organização da educação e missões, mas não significou liberdade de culto; práticas afro-brasileiras seguiram sujeitas a repressões e discriminações.
E: Errada — havia grande diversidade étnica africana (iorubás, bantos, nagôs etc.), portanto não existiu "uma única etnia" que uniformizasse cultos.
Dica de interpretação: Ao ver expressões como sobrevivência ou continuidade, procure alternativas que indiquem adaptação cultural (sincretismo, dissimulação, criação de espaços próprios). Desconfie de afirmações absolutas (sempre/única/only).
Fontes sugeridas: Roger Bastide, As Religiões Africanas no Brasil; Reginaldo Prandi, estudos sobre religiões afro-brasileiras; João José Reis (sobre escravidão e resistência cultural).
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!





