Relacionando os termos do enunciado, a chamada “república oligárquica” pode ser explicada da seguinte maneira:

Os governadores representavam as oligarquias estaduais e controlavam as eleições, realizadas com voto aberto. Isso sustentava a República da Espada, na qual vários coronéis governaram o país, retribuindo o apoio político dos governadores.

Diante das revoltas populares do período, que ameaçavam as oligarquias estaduais, os governadores se aliaram aos coronéis, para que chefiassem as expedições militares contra as revoltas, garantindo a ordem, em troca de maior poder político.

As oligarquias estaduais se aliavam aos coronéis, que detinham o poder político nos municípios, e estes fraudavam as eleições. Assim, os governadores elegiam candidatos que apoiariam o presidente da República, e este retribuía com recursos aos estados.

Os governadores excluídos da política do “café com leite” se aliaram às oligarquias nordestinas, a fim de superar São Paulo e Minas Gerais. Essas alianças favoreceram uma série de revoltas chefiadas por coronéis, que comandavam bandos de jagunços.

Gabarito comentado

Pedro VandréMonitor do Qconcursos

Sobre a “República Oligárquica” brasileira, vamos selecionar a alternativa correta:

A) Incorreta – O conceito de "República da Espada" se refere ao período inicial da República (1889-1894), quando o Brasil foi governado por militares (Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto). A denominação de "República Oligárquica" não corresponde a essa fase, mas sim ao período subsequente, marcado pelo predomínio das oligarquias civis. Além disso, os "coronéis" não governavam o país diretamente; eles controlavam a política local e influenciavam as eleições em favor das oligarquias estaduais.

B) Incorreta – A aliança entre governadores e coronéis visava garantir o controle político local, mas não envolvia diretamente a chefia de expedições militares. Essas expedições, como a que combateu a Revolta de Canudos, eram conduzidas pelo governo federal, não pelos coronéis. O foco da relação entre os governadores e coronéis era garantir a estabilidade política e a manutenção do poder através de fraudes eleitorais, não pela repressão militar direta.

C) Correta – A Primeira República brasileira é frequentemente chamada de "República Oligárquica" devido à predominância de oligarquias regionais no poder político. A prática do coronelismo era comum, onde os coronéis (grandes latifundiários) controlavam as eleições nos municípios através de manipulação e coerção, em um processo conhecido como "voto de cabresto". Esses coronéis eram figuras fundamentais na manutenção do poder das oligarquias estaduais, que, por sua vez, apoiavam os governadores. Esses governadores tinham a função de garantir que os interesses dessas oligarquias fossem representados no plano nacional, especialmente em apoio ao presidente da República. Em troca desse apoio, o presidente distribuía recursos e favores políticos para esses estados, estabelecendo um ciclo de dependência mútua entre o poder federal e as oligarquias estaduais.

D) Incorreta – Essa alternativa incorretamente descreve uma aliança entre supostas oligarquias excluídas e coronéis para promover revoltas contra a política do "café com leite". As revoltas regionais, como a Revolta de 1924, envolviam outros fatores, como insatisfação com o governo federal, e não foram diretamente chefiadas por coronéis no sentido político descrito. A política do "café com leite" envolvia a alternância de poder entre São Paulo e Minas Gerais, mas não resultava diretamente em revoltas promovidas por coronéis.

Gabarito – Letra C

Referência:

Santos, Wanderley Guilherme dos. "O sistema oligárquico representativo da Primeira República." Dados 56 (2013): 9-37.