O servo pertence à terra e rende frutos ao dono da terra. O operário livre,
pelo contrário, vende-se a si mesmo, e além disso por partes. Vende em
leilão oito, dez, doze, quinze horas da sua vida, dia após dia, a quem melhor pagar, ao proprietário das matérias-primas, dos instrumentos de trabalho e dos meios de vida, isto é, ao capitalista. O operário não pertence
nem a um proprietário nem à terra, mas oito, dez, doze, quinze horas da
sua vida diária pertencem a quem as compra. O operário, quando quer,
deixa o capitalista ao qual se alugou, e o capitalista despede-o quando acha conveniente, quando já não tira dele proveito ou o proveito que esperava. Mas o operário, cuja única fonte de rendimentos é a venda da força de
trabalho, não pode deixar toda a classe dos compradores, isto é, a classe
dos capitalistas, sem renunciar à existência. Ele não pertence a este ou
àquele capitalista, mas à classe dos capitalistas, e compete-lhe a ele encontrar quem o queira, isto é, encontrar um comprador dentro dessa classe dos
capitalistas.
(MARX, Karl. . Disponível em: Trabalho assalariado e capital
http://www.marxists.org/portugues/marx/1849/04/05.htm.
Acesso em: 15 ago. 2014, às 11h30.)
Tomando por base as informações contidas no texto, julgue os itens abaixo:
I. Apesar de livre, ao contrário do servo medieval que era preso à terra, o
operário da sociedade industrial, ao vender sua força de trabalho para
o capitalista, acaba se tornando, em certa medida, escravo do sistema
que o criou.
II. Ao contrário do servo medieval, que produzia para sua própria subsistência, o operário tem na venda da força de trabalho sua única fonte de
sobrevivência.
III. Apesar de contraditório, mesmo sendo explorado o operário acaba
necessitando do fortalecimento do capitalismo, uma vez que, sem ele,
encontraria dificuldades para conseguir os rendimentos necessários
para sua sobrevivência.
Está (ão) correto (s):
O servo pertence à terra e rende frutos ao dono da terra. O operário livre, pelo contrário, vende-se a si mesmo, e além disso por partes. Vende em leilão oito, dez, doze, quinze horas da sua vida, dia após dia, a quem melhor pagar, ao proprietário das matérias-primas, dos instrumentos de trabalho e dos meios de vida, isto é, ao capitalista. O operário não pertence nem a um proprietário nem à terra, mas oito, dez, doze, quinze horas da sua vida diária pertencem a quem as compra. O operário, quando quer, deixa o capitalista ao qual se alugou, e o capitalista despede-o quando acha conveniente, quando já não tira dele proveito ou o proveito que esperava. Mas o operário, cuja única fonte de rendimentos é a venda da força de trabalho, não pode deixar toda a classe dos compradores, isto é, a classe dos capitalistas, sem renunciar à existência. Ele não pertence a este ou àquele capitalista, mas à classe dos capitalistas, e compete-lhe a ele encontrar quem o queira, isto é, encontrar um comprador dentro dessa classe dos capitalistas.
(MARX, Karl. . Disponível em: Trabalho assalariado e capital http://www.marxists.org/portugues/marx/1849/04/05.htm. Acesso em: 15 ago. 2014, às 11h30.)
Tomando por base as informações contidas no texto, julgue os itens abaixo:
I. Apesar de livre, ao contrário do servo medieval que era preso à terra, o operário da sociedade industrial, ao vender sua força de trabalho para o capitalista, acaba se tornando, em certa medida, escravo do sistema que o criou.
II. Ao contrário do servo medieval, que produzia para sua própria subsistência, o operário tem na venda da força de trabalho sua única fonte de sobrevivência.
III. Apesar de contraditório, mesmo sendo explorado o operário acaba necessitando do fortalecimento do capitalismo, uma vez que, sem ele, encontraria dificuldades para conseguir os rendimentos necessários para sua sobrevivência.
Está (ão) correto (s):
Gabarito comentado
Alternativa correta: E — I, II e III
Tema central: trata-se da crítica marxista ao trabalho assalariado: o operário livre vende sua força de trabalho ao capitalista, criando uma relação de dependência econômica distinta, mas comparável em efeitos sociais ao vínculo do servo à terra.
Resumo teórico (sucedido e direto): segundo Marx (Wage Labour and Capital, 1849), o trabalhador livre não possui meios de produção e só sobrevive vendendo horas de trabalho. O servo medieval estava legalmente preso à terra; o operário modernamente é “livre” juridicamente, mas economicamente dependente da classe capitalista. Fonte básica: Marx, Wage Labour and Capital (disponível em marxists.org).
Justificativa das afirmativas
I. Correta. Mesmo sendo formalmente “livre”, o operário que só tem sua força de trabalho para vender fica subordinado ao sistema capitalista — expressão que Marx compara à servidão em termos de dependência e exploração.
II. Correta. Ao contrário do servo que produzia em parte para sua subsistência, o operário moderno tem como única fonte de renda a venda da força de trabalho; sem comprador (capitalista) ele perde os meios de subsistência.
III. Correta. Há uma contradição: o trabalhador é explorado, mas precisa do desenvolvimento capitalista (mercados, fábricas, salários) para obter renda. Assim, mesmo explorado, seu bem-estar imediato depende do fortalecimento do sistema.
Por que as outras alternativas estão erradas
A (I apenas): incorreta — nega II e III, que também se deduzem do texto marxiano.
B (II apenas): incorreta — desconsidera a análise sobre perda de autonomia (I) e a dependência ambivalente do capitalismo (III).
C (I e II apenas): incorreta — omite que a conclusão sobre a necessidade do capitalismo para a sobrevivência do trabalhador (III) também é sustentada pelo trecho.
D (II e III apenas): incorreta — ignora que Marx explicitamente compara a situação do trabalhador livre à servidão em termos de dependência (I).
Dica de prova: busque termos-chave no enunciado (“vende a si mesmo”, “única fonte de rendimentos”, “não pertence... à terra”) para relacioná‑los às teses marxistas e eliminar alternativas que deixem de abarcar esses pontos.
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