Questão 29e8bad2-e6
Prova:Unimontes - MG 2019
Disciplina:História
Assunto:Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

A escravidão foi uma instituição nacional. Acerca da escravidão no Brasil, durante o período colonial, NÃO se pode afirmar que:

A
As relações escravistas não se resumiam a vínculo direto entre senhor e escravo. Poderiam envolver outras pessoas.
B
Existiam “escravos de ganho” nos centros urbanos, que podiam vender mercadorias e pagavam aos seus senhores uma quantia fixa por dia ou semana.
C
A escravidão penetrou toda a sociedade, condicionando o modo de agir e pensar. O desejo de possuir escravos não ficava limitado à classe dominante colonial.
D
Entre os cativos não existiam distinções, pois todos trabalhavam nas fazendas e nos engenhos, nas minas ou na casa-grande.

Gabarito comentado

V
Vanessa CamposMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: D

Tema central: trata-se da organização e dos efeitos da escravidão colonial no Brasil — como funcionavam as relações sociais escravistas, as diferenças internas entre cativos e a presença da escravidão em espaços urbanos e rurais. Esse conhecimento é básico em provas de História do Brasil.

Resumo teórico: A escravidão no Brasil não foi homogênea. Havia diferenças segundo região (engenhos do Nordeste, fazendas do Sudeste, minas de ouro), gênero, especialização (escravos domésticos, artesãos, mineradores, estivadores) e regimes locais. Nos centros urbanos existiam os chamados escravos de ganho, que podiam trabalhar por conta própria e entregar uma quota ao dono. A escravidão atravessava códigos sociais, econômicos e culturais, influenciando o modo de agir e pensar da sociedade colonial (ver: Stuart B. Schwartz; Boris Fausto; Emília Viotti da Costa).

Por que a alternativa D é a correta (incorreta na afirmação): A alternativa D afirma que “entre os cativos não existiam distinções, pois todos trabalhavam nas fazendas e nos engenhos, nas minas ou na casa-grande.” Essa afirmação é falsa. Existiam claras distinções de função, condição e prestígio: escravos domésticos tinham contato mais direto com o senhor, podiam ser cozinheiros, amas, artesãos; escravos de campo faziam trabalho extenuante; nas cidades havia artesãos e comerciantes ambulantes; nas minas havia trabalhadores especializados. Portanto, afirmar ausência total de distinções ignora a diversidade real da escravidão colonial.

Análise das alternativas incorretas:

  • A — Verdadeira: as relações escravistas envolviam intermediários (resgates, aluguel, contratos de trabalho, mestiçagem, manumissão negociada), não só vínculo direto senhor–escravo.
  • B — Verdadeira: os escravos de ganho eram comuns em centros urbanos (Salvador, Recife, Rio), vendiam mercadorias ou prestavam serviços e pagavam uma cota ao proprietário.
  • C — Verdadeira: a escravidão penetrava amplamente a sociedade colonial, moldando costumes e ambições sociais; possuir escravos era símbolo de status além da elite econômica.

Fontes recomendadas: Stuart B. Schwartz, “Slaves, Peasants, and Rebels” / Boris Fausto, “História do Brasil” / Emília Viotti da Costa, estudos sobre escravidão e trânsito social no Brasil colonial.

Dica de prova: ao ler afirmações absolutas (“todos”, “todos trabalhavam”), desconfie — a historiografia mostra variação e diferenciação entre cativos; esse é um gatilho comum em questões de erro/negação.

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