Comparando os produtos mais importantes da economia desenvolvida no Brasil, o açúcar, nos séculos XVI
e XVII, e o café, no século XIX, identificamos corretamente como uma de suas principais diferenças:
Gabarito comentado
Alternativa correta: B
Tema central — Comparar estruturas econômicas do açúcar (séc. XVI–XVII) e do café (séc. XIX): é preciso analisar técnica, capital, forma de exploração (latifúndio/engenho/fazenda), mão de obra e destino da produção (mercado interno ou externo).
Resumo teórico — O ciclo açucareiro colonial era centrado em engenhos complexos: capital intensivo, técnica que exigia moagem, casa de purgar, casa de fornalha, know‑how técnico e grandes investimentos. Já a cafeicultura do séc. XIX no Brasil começou com fazendas menos articuladas tecnologicamente; o processamento do grão exigia menos instalações industriais comparadas aos engenhos de açúcar, sobretudo nas primeiras fases de expansão (Vale do Paraíba, Oeste Paulista). Ambos os ciclos foram exportadores e basearam‑se em trabalho intensivo, majoritariamente escravo no Brasil até meados/final do séc. XIX.
Justificativa da alternativa B — A afirmação de que a produção cafeeira usou técnicas mais rudimentares é a diferença correta aqui: o açúcar colonial demandava instalações industriais e técnicas de beneficiamento mais complexas do que as fazendas de café pioneiras, que utilizavam processos de colheita e secagem menos especializados inicialmente. Por isso B é a melhor opção.
Análise das alternativas incorretas
A — “Organização pelo Estado da atividade cafeeira”: incorreto. O Estado imperial deu incentivos e proteção ocasional, mas não organizou a cafeicultura; era iniciativa privada exportadora.
C — “Emprego do minifúndio pelos imigrantes”: incorreto. A imigração contribuiu, sobretudo no trabalho assalariado e em pequenas propriedades em alguns locais, mas a base era o latifúndio/fazenda; o minifúndio não foi traço definidor geral.
D — “Desaparecimento da escravidão nas plantações de café”: falso. A escravidão persistiu largamente no cultivo do café até a abolição (1888); só depois houve transição gradual para trabalho assalariado/contratado e imigrante.
E — “Café voltado ao mercado interno ao contrário do açúcar”: errado. Ambos foram voltados majoritariamente ao mercado externo em seus períodos áureos; o café era fortemente exportador ao mercado europeu e norte‑americano.
Estratégia de prova — Ao comparar ciclos, foque em: intensidade de capital e técnica, organização da produção, forma de mão de obra e destino da produção. Busque palavras‑chave no enunciado que indiquem contraste estrutural (técnica vs. mercado vs. mão de obra).
Fontes sugeridas: obras clássicas de História Econômica do Brasil (Caio Prado Júnior, Formação do Brasil Contemporâneo; Evaldo Cabral de Mello sobre o açúcar; Boris Fausto — História do Brasil) e materiais didáticos do IBGE/SEADE sobre ciclos econômicos.
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