Ao observamos mapas ou relatos de viajantes dos séculos XV e XVI, é comum encontrarmos
referências a seres fantásticos, descritos, muitas vezes, como monstros sem olhos ou nariz,
com uma perna ou com corpo desproporcional. A existência destes seres na África, Ásia e
América foram relatados por diversos navegadores da época.
Tais relatos são considerados indicativos do(a):
Ao observamos mapas ou relatos de viajantes dos séculos XV e XVI, é comum encontrarmos referências a seres fantásticos, descritos, muitas vezes, como monstros sem olhos ou nariz, com uma perna ou com corpo desproporcional. A existência destes seres na África, Ásia e América foram relatados por diversos navegadores da época.
Tais relatos são considerados indicativos do(a):
Gabarito comentado
Alternativa correta: A
Tema central: relatos e imagens de seres fantásticos em mapas e crônicas dos séculos XV–XVI. Esse conteúdo exige saber como funcionava a cartografia e a mentalidade europeia de expansão: mistura de desconhecimento, retórica visual e objetivos pragmáticos/ideológicos dos cartógrafos.
Resumo teórico (claro e progressivo): nos mapas antigos, monstros e criaturas fantásticas não eram apenas superstição isolada: eram elementos deliberados da linguagem cartográfica. Serviam para preencher vazios, sinalizar perigos ou áreas inexploradas e comunicar incerteza ao leitor — às vezes com intenção de dissuadir navegações arriscadas ou impressionar patrocinadores. Estudos recentes (por exemplo, C. Van Duzer, Sea Monsters on Medieval and Renaissance Maps, 2013) mostram que esses desenhos tinham função comunicativa e simbólica, não só imaginação solta.
Por que a alternativa A está correta: ela afirma uma intenção explícita dos cartógrafos ao desenhar monstros para desencorajar exploradores. Isso concorda com a função retórica dos monstros como aviso sobre desconhecido/perigoso e como recurso deliberado na produção de mapas do período (ex.: globos e cartas portulanas que usam bestiário para marcar áreas incertas).
Análise das alternativas incorretas:
B — Iluminismo: incorreta por questão cronológica e conceitual. O Iluminismo floresceu nos séculos XVII–XVIII; os séculos XV–XVI estão no contexto do Renascimento/era dos descobrimentos.
C — Visão não científica: a alternativa contém um elemento verdadeiro (havia menor ênfase em método científico), mas é genérica. A questão foca na intenção cartográfica específica; por isso, A é mais precisa.
D — Influência da mitologia céltica: implausível e anacrônica como explicação geral para monstruosidades em mapas de África, Ásia e América.
E — Versão evolucionista: errada por cronologia e conceito — o evolucionismo social e Darwinismo são do século XIX, muito posteriores.
Dica de interpretação: ataque questões cronológicas (séculos citados) e compare a amplitude da afirmação: prefira alternativas que expliquem função e intenção (A) frente a explicações vagas ou anacrônicas (B, E).
Fontes recomendadas: C. Van Duzer, Sea Monsters on Medieval and Renaissance Maps (2013); J. B. Harley, The New Nature of Maps (1992).
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