Conta-nos um
historiador grego que naquela cidade,
“quando nascia uma criança, não era o pai
que decidia se iria criá-la ou não. O recém-nascido era levado ao lugar onde se
reuniam os mais velhos, que o
examinavam. Se fosse sadio e robusto,
podia ser criado pelos pais (...). Se, ao
contrário, fosse fraco e deficiente, era
lançado no precipício. Julgavam que isso
era o melhor para a criança e para o
governo.
(PLUTARCO, Vida de Licrugo, 16, 1.2.
IN: MAFRE Jean-Jacques. A vida na Grécia
Clássica. Rio de Janeiro: Zahar, 1989, p. 146-147)
Podemos dizer corretamente que o texto se
aplica às crianças da Cidade-Estado Grega
de:
Conta-nos um historiador grego que naquela cidade, “quando nascia uma criança, não era o pai que decidia se iria criá-la ou não. O recém-nascido era levado ao lugar onde se reuniam os mais velhos, que o examinavam. Se fosse sadio e robusto, podia ser criado pelos pais (...). Se, ao contrário, fosse fraco e deficiente, era lançado no precipício. Julgavam que isso era o melhor para a criança e para o governo.
(PLUTARCO, Vida de Licrugo, 16, 1.2. IN: MAFRE Jean-Jacques. A vida na Grécia Clássica. Rio de Janeiro: Zahar, 1989, p. 146-147)
Podemos dizer corretamente que o texto se aplica às crianças da Cidade-Estado Grega de:
Gabarito comentado
Resposta correta: B — Esparta
Tema central: o enunciado aborda a prática de exposição e seleção de recém-nascidos na Grécia antiga, ligada à organização social e ao papel do Estado na formação do cidadão — um traço característico do sistema espartano.
Resumo teórico: Esparta (Lacônia) desenvolveu uma sociedade militarizada na qual a coletividade e a utilidade para o Estado prevaleciam sobre decisões puramente familiares. Fontes clássicas — especialmente Plutarco (Vida de Licurgo) — descrevem a inspeção pública dos recém-nascidos por anciãos; os fracos eram expostos. Esse procedimento refletia valores como disciplina, rigor e preocupação com a força física da comunidade (ver também Cartledge, Paul. Sparta and Lakonia).
Fontes relevantes: Plutarco, Vida de Licurgo (cap. 16); Jean-Jacques Mafre, A vida na Grécia Clássica; Paul Cartledge, Sparta and Lakonia. Essas obras tratam diretamente da prática espartana de "exposição" e do controle coletivo sobre a reprodução.
Justificativa da alternativa B: O texto corresponde a relatos sobre Esparta: recém-nascidos eram apresentados aos anciãos; só os vigorosos eram aceitos para criação. Essa prática está ligada à agogé (educação e seleção espartana) e à preocupação estatal com a aptidão física dos futuros guerreiros. Plutarco é a fonte clássica que registra essa prática atribuída a Licurgo.
Análise das alternativas incorretas:
A — (Atenas/“tenas”): Atenas valorizava o indivíduo e a vida familiar; embora a exposição de crianças ocorresse em várias sociedades antigas, em Atenas a decisão inicial cabia principalmente ao paterfamilias, não a um conselho de anciãos que examinava e decidia em nome do Estado como em Esparta.
C — Roma: em Roma havia o ius vitae necisque do paterfamilias (poder do pai sobre a vida do filho), ou seja, a decisão era familiar e patriarcal, não uma comissão publica de anciãos que aprovava ou rejeitava o neonato.
D — Corinto e E — Éfeso: cidades gregas importantes, mas sem registro de um procedimento institucional igual ao espartano. Práticas locais podiam incluir exposição por motivos econômicos ou sociais, porém não a inspeção pública e seletiva associada ao modelo militarizado de Esparta.
Estratégia de prova: ao ver relatos sobre “exposição por decisão dos anciãos/Estado”, associe imediatamente à Esparta. Procure palavras-chave: inspeção pública, seleção por utilidade estatal, comportamento atribuído a Licurgo/agogé — sinal de que a questão indica Esparta.
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