“De todas as perguntas
não respondidas sobre nossa época, talvez
a mais importante seja: ‘o que é
fascismo?’. Uma das organizações
americanas de pesquisa fez recentemente pergunta a 100 pessoas diferentes e obteve
respostas que foram desde ‘democracia
pura’ até ‘demonismo puro’. Neste país, se
se pedir a uma pessoa medianamente
esclarecida que defina o fascismo, ela em
geral responderá apontando os regimes
alemão e italiano. Mas isso é muito
insatisfatório, porque mesmo os grandes
Estados fascistas diferem em boa medida
um do outro em estrutura e em ideologia”
(Revista Piauí, n. 127, abril, p. 28)
Considerando o texto acima e os seus
conhecimentos sobre a temática tratada,
assinale a alternativa correta:
“De todas as perguntas não respondidas sobre nossa época, talvez a mais importante seja: ‘o que é fascismo?’. Uma das organizações americanas de pesquisa fez recentemente pergunta a 100 pessoas diferentes e obteve respostas que foram desde ‘democracia pura’ até ‘demonismo puro’. Neste país, se se pedir a uma pessoa medianamente esclarecida que defina o fascismo, ela em geral responderá apontando os regimes alemão e italiano. Mas isso é muito insatisfatório, porque mesmo os grandes Estados fascistas diferem em boa medida um do outro em estrutura e em ideologia”
(Revista Piauí, n. 127, abril, p. 28)
Considerando o texto acima e os seus conhecimentos sobre a temática tratada, assinale a alternativa correta:
Gabarito comentado
Resposta correta: E
Tema central: compreender o conceito de fascismo e suas variações históricas. A questão exige reconhecer que “fascismo” é um termo frequentemente usado de forma imprecisa, mas que, apesar disso, existem diferenças políticas e econômicas claras entre regimes fascistas e democráticos.
Resumo teórico (claro e progressivo): o fascismo é uma família de regimes autoritários do século XX marcada por nacionalismo extremo, culto ao líder, repressão de oposição e mobilização política. Porém, não é um modelo único: há variações (Itália mussoliniana, nazismo alemão, militarismo japonês) — ver autores como Robert O. Paxton, Roger Griffin e Stanley G. Payne. Ou seja, o termo pode ser usado de forma vaga, mas tem conteúdo analítico útil quando bem definido.
Justificativa da alternativa correta (E): A alternativa reconhece duas ideias essenciais: 1) o uso frequente e vazio do termo “fascismo” no discurso corrente; 2) a existência de diferenças político-econômicas concretas entre regimes fascistas e regimes democráticos. Essa posição é equilibrada e historiograficamente sustentada — aceita a polissemia do termo, mas reafirma distinções reais entre modelos de Estado.
Análise das alternativas incorretas:
A — Incorreta. Afirma que Alemanha e Japão eram “igualmente fascistas”. Eram regimes autoritários com diferenças significativas: o nazismo tinha ideologia racial e partido de massa; o Japão concentrou-se em militarismo e elite imperial, sem um partido fascista idêntico ao europeu.
B — Incorreta. Exagera ao afirmar que o fascismo só prospera por guerra. Muitos regimes autoritários buscavam estabilidade interna e apoio de elites; a guerra foi uma via em alguns casos (Alemanha), mas não uma condição necessária (ex.: algumas ditaduras corporativistas).
C — Incorreta. O Partido Conservador inglês não é exemplo clássico de agrupamento fascista. Conservadorismo e imperialismo colonial não equivalem a fascismo; falta a centralidade do partido de massa, mobilização totalitária e ideologia fascista.
D — Incorreta. Socialismo e fascismo são ideologicamente distintos (propriedade, objetivos de classe, internacionalismo vs nacionalismo). A afirmação sobre colaboracionismo generalizado entre socialistas/comunistas/trabalhistas e nazistas é historicamente errônea e simplificadora.
Dica de resolução para concursos: desconfie de afirmações absolutas ("sempre", "somente"), procure termos qualificados e pense nas diferenças entre ideologia, prática estatal e contexto histórico. Quando a alternativa admite nuance (como E), tende a ser a mais correta em questões conceituais.
Fontes recomendadas: Robert O. Paxton, When Fascism Came to America; Roger Griffin, The Nature of Fascism; Stanley G. Payne, A History of Fascism.
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