Anatomia
Qual a matéria do poema?
A fúria do tempo com suas unhas e algemas?
Qual a semente do poema?
A fornalha da alma com os seus divinos dilemas?
Qual a paisagem do poema?
A selva da língua com suas feras e fonemas?
Qual o destino do poema?
O poço da página com suas pedras e gemas?
Qual o sentido do poema?
O sol da semântica com suas sombras pequenas?
Qual a pátria do poema?
O caos da vida e a vida apenas?
CAETANO, A. Disponível em: www.antoniomiranda.com.br.
Acesso em: 27 set. 2013 (fragmento).
Além da função poética, predomina no poema a função
metalinguística, evidenciada
Anatomia
Qual a matéria do poema?
A fúria do tempo com suas unhas e algemas?
Qual a semente do poema?
A fornalha da alma com os seus divinos dilemas?
Qual a paisagem do poema?
A selva da língua com suas feras e fonemas?
Qual o destino do poema?
O poço da página com suas pedras e gemas?
Qual o sentido do poema?
O sol da semântica com suas sombras pequenas?
Qual a pátria do poema?
O caos da vida e a vida apenas?
CAETANO, A. Disponível em: www.antoniomiranda.com.br.
Acesso em: 27 set. 2013 (fragmento).
Além da função poética, predomina no poema a função metalinguística, evidenciada
Gabarito comentado
Comentário da questão – Interpretação e funções da linguagem
Tema central: A análise versa sobre função metalinguística da linguagem, fundamental para interpretar textos que refletem sobre a própria linguagem ou seus elementos estruturais. Segundo a norma-padrão (cf. Bechara; Cunha & Cintra), a função metalinguística ocorre quando a mensagem tem por foco o próprio código, isto é, a linguagem falando sobre si mesma.
Justificativa da alternativa correta – D) pelo fato de o poema falar de si mesmo como linguagem:
No poema analisado, há perguntas sobre “matéria do poema”, “sentido do poema”, “destino do poema”, etc. Essas questões não têm como objeto o mundo externo, mas o próprio texto, seus elementos e o processo de criação. Segundo Evanildo Bechara (Moderna Gramática Portuguesa), “há metalinguagem sempre que um discurso serve de explicação para outro discurso do próprio sistema linguístico”. Assim, a alternativa D está correta, pois evidencia esse movimento reflexivo: o poema trata de si mesmo, de sua essência e funcionamento, o que caracteriza a função metalinguística.
Análise das alternativas incorretas:
A) Repetidas perguntas retóricas – Apenas identificar perguntas não basta: perguntas retóricas podem ocorrer em qualquer função da linguagem. O essencial aqui é o conteúdo das perguntas, que é metalinguístico.
B) Dúvidas do eu lírico – Embora existam inquietações, elas servem para indagar sobre o poema, não sobre emoções pessoais ou existenciais isoladas.
C) Figuras de linguagem – Caracterizam a função poética, não a metalinguística. As figuras de linguagem tornam a mensagem mais expressiva, mas não garantem o foco autorreferencial.
E) Sentido poético e inquietação existencial – Embora o texto tenha carga emocional, seu cerne está na análise do poema enquanto artefato, e não numa reflexão existencial.
Dica para provas: Ao perceber que o texto discute elementos de sua própria estrutura ou funcionamento (como “sentido”, “pátria”, “matéria do poema”), desconfie de função metalinguística. Atente para palavras como “texto”, “palavra”, “linguagem”, “poema” ou “frase”.
Conclusão: Funções da linguagem são tema recorrente e exigem atenção ao foco do texto: na metalinguística, a linguagem fala de si mesma. Leitura atenta e análise crítica garantem sucesso!
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