A caracterização dos europeus, presente no segundo parágrafo,
sugere
No início dos Tempos Modernos, os reinos cristãos da Europa
deram início ao longo processo de expansão comercial e geográfica que resultou no estabelecimento de comunicações regulares
com populações e regiões do mundo até então desconhecidas
entre si. [...] A vida dos habitantes do litoral do Atlântico Sul mudou
radicalmente com a chegada dos europeus. A vinda daqueles
homens barbados, pouco asseados e carregados de reluzentes e
estrondosas armas introduziu os tupis na idade do ferro – para
o bem e para o mal. As ferramentas trazidas pelos europeus facilitaram o árduo
trabalho nas roças e nas florestas subtropicais. Por outro lado, o
contato dos habitantes americanos com os colonizadores resultou numa das maiores catástrofes demográficas da história da
humanidade.
(Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil:
uma interpretação, 2008.)
Gabarito comentado
Resposta correta: E
Tema central: interpretação de um trecho histórico sobre o encontro entre europeus e indígenas no início da era moderna. É preciso identificar quais aspectos o autor enfatiza — físicos, culturais e tecnológicos — e escolher a alternativa que guarda relação direta com o texto.
Resumo teórico curto: o encontro atlântico resultou em assimetrias marcantes: vantagem tecnológica europeia (armas, ferramentas de metal), diferenças culturais e físicas percebidas pelos protagonistas e impactos biológicos (doenças) — fenômenos estudados em obras como The Columbian Exchange (Alfred W. Crosby) e também discutidos em obras de síntese sobre o Brasil colonial (ex.: Lopez & Mota).
Análise e justificativa da alternativa E: o trecho descreve os europeus como “barbados, pouco asseados e carregados de reluzentes e estrondosas armas” e afirma que trouxeram ferramentas que mudaram a vida indígena. Essas imagens sublinham diferenças físicas, de hábitos e superioridade tecnológica — exatamente o conteúdo da alternativa E, por isso ela é a correta.
Análise das alternativas incorretas:
A — fala em “primitivismo indígena” e em “inevitabilidade da supremacia europeia”. O texto descreve efeitos e diferenças, não justifica teleologias históricas nem rotula os indígenas como “primitivos”.
B — afirma paz indígena e paixão guerreira europeia que teria permitido colonização harmônica. O trecho menciona armas e impactos, mas não propõe uma relação de “harmonia”; portanto é distorção.
C — sugere rituais de sociabilidade que igualaram costumes; o texto mostra transformação desigual (tecnologia europeia, catástrofe demográfica), não processos de igualação cultural.
D — fala em “evidente inferioridade numérica” dos europeus; o texto não destaca número como argumento central, mas sim diferenças materiais e biológicas.
Estratégia para provas: procure no enunciado palavras-chave e imagens textuais que apontem diretamente para um conteúdo (ex.: “armas”, “ferramentas”, “idade do ferro”). Desconfie de alternativas que extrapolam (teleologias, juízos globais) ou que invertem sentido (igualação quando o texto fala de assimetria).
Fontes sugeridas: Adriana Lopez & Carlos Guilherme Mota, História do Brasil: uma interpretação (2008); Alfred W. Crosby, The Columbian Exchange (1972).
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