Dentre as tentativas de emancipação política, ao final do período colonial, a
Inconfidência Mineira e a Baiana – A Revolta dos Alfaiates – merecem especial destaque.
Quando se estabelece uma comparação entre ambas, percebe-se que:
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa A
Tema central: As diferenças de composição social, objetivos e caráter político entre a Inconfidência Mineira (final do século XVIII) e a Conjuração Baiana (Revolta dos Alfaiates). Importância: compreender que movimentos emancipacionistas coloniais não eram homogêneos — algumas iniciativas vinham da elite letrada; outras, de camadas populares e libertas.
Resumo teórico: - Inconfidência Mineira (1789): grupo majoritariamente de elite rural e urbana (mineradores de sesmarias, padres, militares, intelectuais), influenciado pelo Iluminismo e pela crise fiscal (derrama). Projetos políticos eram elitistas, com ênfase em autonomia/independência econômica; Tiradentes tornou‑se símbolo. - Conjuração Baiana (1798): movimento popular com participação de artesãos, soldados, alforriados e setores urbanos pobres. Demandas mais radicais — igualdade racial, fim da escravidão, redução de impostos e república — com forte caráter social e anti‑racial escravista.
Por que a alternativa A está correta: porque descreve com precisão a distinção social e ideológica entre os dois movimentos. A Inconfidência tinha núcleo letrado e elites; a Conjuração Baiana envolveu amplos segmentos populares e libertos. Essa diferença é amplamente reconhecida pela historiografia (ver Emília Viotti da Costa; Boris Fausto; João José Reis).
Análise das alternativas incorretas:
B — Incorreta. Embora ambos rejeitassem aspectos do domínio colonial, seus projetos divergiam: a Inconfidência foi mais elitista e menos comprometida com mudanças sociais radicais; a Baiana expressou pautas abolicionistas e igualitárias. Não tinham "opiniões muito semelhantes" quanto ao conteúdo social do futuro político.
C — Incorreta. Afirmar que a ideia de independência nacional foi um erro historiográfico para ambos é equivocado. Ao menos parte da Inconfidência visava autonomia/independência; a Conjuração Baiana explicitamente pregava república e medidas antiescravistas — ideias emancipatórias existiam.
D — Incorreta. Não houve preparo militar coletivo nem colaboração mútua que terminasse em delação entre os dois grupos. A Inconfidência foi denunciada por Joaquim Silvério dos Reis; a Conjuração Baiana foi descoberta por informantes locais, mas não houve “delatação recíproca” entre as conjurações.
Dica de interpretação: busque na questão referências a composição social (elite vs. popular), objetivos (reformas fiscais vs. abolição/igualdade) e protagonistas (intelectuais vs. artesãos/alforriados). Essas pistas ajudam a eliminar alternativas genéricas ou que igualam movimentos distintos.
Fontes sugeridas: Emília Viotti da Costa (estudos sobre Inconfidência), Boris Fausto (História do Brasil), João José Reis (sobre as lutas populares e escravidão na Bahia).
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!





