Questão 247ea6a1-00
Prova:UEMG 2019
Disciplina:História
Assunto:Brasil Monárquico – Primeiro Reinado 1822- 1831, História do Brasil

Dentre as tentativas de emancipação política, ao final do período colonial, a Inconfidência Mineira e a Baiana – A Revolta dos Alfaiates – merecem especial destaque. Quando se estabelece uma comparação entre ambas, percebe-se que:

A
Apesar de Tiradentes, a Inconfidência Mineira foi mais elitista e intelectual que a Baiana, que foi popular e teve a participação de alforriados e indivíduos de origem humilde.
B
Baianos e mineiros tinham opiniões muito semelhantes sobre o destino que pretendiam para o futuro do país, que ambos queriam ver livre do domínio colonial português.
C
Com efeito, dizer que alguém, à época, pensasse em independência nacional, não passa de um erro da historiografia em relação aos dois movimentos.
D
Conjuntamente, não conseguiram sucesso, apesar do preparo militar coletivo, porque um grupo acabou por delatar o outro por questões de natureza local.

Gabarito comentado

G
Gabrielle FrancoMonitor do Qconcursos

Resposta correta: Alternativa A

Tema central: As diferenças de composição social, objetivos e caráter político entre a Inconfidência Mineira (final do século XVIII) e a Conjuração Baiana (Revolta dos Alfaiates). Importância: compreender que movimentos emancipacionistas coloniais não eram homogêneos — algumas iniciativas vinham da elite letrada; outras, de camadas populares e libertas.

Resumo teórico: - Inconfidência Mineira (1789): grupo majoritariamente de elite rural e urbana (mineradores de sesmarias, padres, militares, intelectuais), influenciado pelo Iluminismo e pela crise fiscal (derrama). Projetos políticos eram elitistas, com ênfase em autonomia/independência econômica; Tiradentes tornou‑se símbolo. - Conjuração Baiana (1798): movimento popular com participação de artesãos, soldados, alforriados e setores urbanos pobres. Demandas mais radicais — igualdade racial, fim da escravidão, redução de impostos e república — com forte caráter social e anti‑racial escravista.

Por que a alternativa A está correta: porque descreve com precisão a distinção social e ideológica entre os dois movimentos. A Inconfidência tinha núcleo letrado e elites; a Conjuração Baiana envolveu amplos segmentos populares e libertos. Essa diferença é amplamente reconhecida pela historiografia (ver Emília Viotti da Costa; Boris Fausto; João José Reis).

Análise das alternativas incorretas:

B — Incorreta. Embora ambos rejeitassem aspectos do domínio colonial, seus projetos divergiam: a Inconfidência foi mais elitista e menos comprometida com mudanças sociais radicais; a Baiana expressou pautas abolicionistas e igualitárias. Não tinham "opiniões muito semelhantes" quanto ao conteúdo social do futuro político.

C — Incorreta. Afirmar que a ideia de independência nacional foi um erro historiográfico para ambos é equivocado. Ao menos parte da Inconfidência visava autonomia/independência; a Conjuração Baiana explicitamente pregava república e medidas antiescravistas — ideias emancipatórias existiam.

D — Incorreta. Não houve preparo militar coletivo nem colaboração mútua que terminasse em delação entre os dois grupos. A Inconfidência foi denunciada por Joaquim Silvério dos Reis; a Conjuração Baiana foi descoberta por informantes locais, mas não houve “delatação recíproca” entre as conjurações.

Dica de interpretação: busque na questão referências a composição social (elite vs. popular), objetivos (reformas fiscais vs. abolição/igualdade) e protagonistas (intelectuais vs. artesãos/alforriados). Essas pistas ajudam a eliminar alternativas genéricas ou que igualam movimentos distintos.

Fontes sugeridas: Emília Viotti da Costa (estudos sobre Inconfidência), Boris Fausto (História do Brasil), João José Reis (sobre as lutas populares e escravidão na Bahia).

Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!

Estatísticas

Questões para exercitar

Artigos relacionados

Dicas de estudo