Por hoje, devem os abolicionistas, que viam nele o chefe, cuja perda foi
desgraça irreparável, procurar, nos radiosos exemplos que ele deixou, a luz que os guie
nessa conflagração que agita o país inteiro. Se vivo, Luis Gama foi uma legião vitoriosa,
morto a sua memória bem pode ser o santelmo da redenção do povo.
(Gazeta do Povo, SP, 24 ago. 1884. apud AZEVEDO, E. O direito dos escravos: lutas jurídicas e abolicionistas na Província de São Paulo
na segunda metade do século XIX. Tese (Doutorado) Unicamp, Campinas, 2003. p. 201. Adaptado.)
A trajetória política do abolicionista Luis Gama (1830-1882) está relacionada também ao
movimento
Por hoje, devem os abolicionistas, que viam nele o chefe, cuja perda foi desgraça irreparável, procurar, nos radiosos exemplos que ele deixou, a luz que os guie nessa conflagração que agita o país inteiro. Se vivo, Luis Gama foi uma legião vitoriosa, morto a sua memória bem pode ser o santelmo da redenção do povo.
(Gazeta do Povo, SP, 24 ago. 1884. apud AZEVEDO, E. O direito dos escravos: lutas jurídicas e abolicionistas na Província de São Paulo na segunda metade do século XIX. Tese (Doutorado) Unicamp, Campinas, 2003. p. 201. Adaptado.)
A trajetória política do abolicionista Luis Gama (1830-1882) está relacionada também ao movimento
Gabarito comentado
Resposta correta: D — republicano
Tema central: a filiação política de Luís Gama no contexto do ativismo abolicionista no século XIX. É preciso relacionar o perfil público de Gama (jornalismo, defesa jurídica dos escravos, críticas ao regime) com os movimentos políticos que atuavam então — especialmente o republicanismo em São Paulo.
Resumo teórico: o abolicionismo brasileiro conviveu com diferentes posições políticas: havia abolicionistas que defendiam reformas dentro da monarquia e outros que viam na queda do regime monárquico uma via para a cidadania plena dos libertos. O republicanismo atraía muitos abolicionistas porque prometia cidadania e mudança institucional. Luís Gama, intelectual e ativista, articulou suas denúncias e propostas em jornais e círculos que dialogavam com ideias republicanas (ver AZEVEDO, E., O direito dos escravos…).
Justificativa da alternativa D: a associação de Gama ao movimento republicano se explica por seu engajamento com a imprensa crítica ao poder monárquico e por sua defesa de direitos políticos e civis ampliados. O texto de apoio elogia-o como líder moral do abolicionismo e remete a sua atuação pública — traços compatíveis com militância republicana, comum entre abolicionistas paulistas da época.
Análise das alternativas incorretas: A — federalista: federalismo trata da organização do Estado; embora discutido, não é a marca política principal atribuída a Gama. B — monarquista: contrária ao que se observa em sua atuação crítica ao regime e na aproximação com grupos que defendiam mudanças políticas; portanto incompatível. C — nacionalista: termo genérico e insuficiente: nacionalismo não identifica a vinculação política concreta de Gama com os debates institucionais do período, ao contrário do republicanismo.
Dica de interpretação para concursos: busque pistas no enunciado sobre o tipo de atuação pública (jornal, liderança, crítica ao regime). Relacione essas pistas aos movimentos políticos do tempo (monarquia x república) e descarte alternativas vagas ou que não se alinhem com o perfil público do personagem.
Fonte sugerida: AZEVEDO, E. O direito dos escravos: lutas jurídicas e abolicionistas na Província de São Paulo na segunda metade do século XIX (Tese, Unicamp, 2003).
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