A população indígena brasileira aumentou 150% na década de 1990, passando de 294 mil pessoas para 734 mil, de acordo com uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O crescimento médio anual foi de 10,8%, quase seis vezes maior do que o da população brasileira em geral.
http://webradiobrasilindigena.wordpress.com, 21/11/2007.
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Gabarito comentado
Gabarito: B
Tema central: interpretação de dados demográficos sobre povos indígenas e relação com tendências históricas. É preciso entender conceitos de autoidentificação, mudanças metodológicas dos censos e o contexto histórico-político (Constituição de 1988, políticas de reconhecimento e proteção).
Resumo teórico: desde a colonização houve redução drástica das populações indígenas por epidemias, violência e perda de terras. A partir da 2ª metade do século XX, especialmente após 1988, houve maior visibilidade, políticas públicas (FUNAI, demarcação de terras) e movimentos indígenas que favoreceram tanto ganhos demográficos (melhora em saúde, redução da mortalidade) quanto um aumento do número de pessoas que se autodeclaram indígenas nos censos — fenômeno de reafirmação identitária. Fontes importantes: IBGE (censos), Constituição Federal (arts. 231–232) e estudos demográficos sobre autoidentificação.
Por que a alternativa B está correta: ela reconhece que o crescimento de 150% na década de 1990 representa uma discrepância frente à longa tendência histórica de queda desde o século XVI, mas explica corretamente que essa tendência não é absoluta. O aumento decorre de dois fatores principais: (1) melhorias demográficas reais (redução da mortalidade, maior sobrevivência infantil) e (2) aumento da autoidentificação e melhorias metodológicas do IBGE. Assim, B incorpora tanto o contraste histórico quanto a complexidade contemporânea — leitura alinhada à literatura demográfica e aos dados do IBGE.
Análise das alternativas incorretas:
A: incorreta — afirma extinção generalizada e que “não subsistindo mais nenhuma população originária”, o que é falso. Existem muitos povos indígenas vivos e organizados no Brasil.
C: incorreta — supõe um consenso e valorização histórica contínua; na prática, durante séculos houve violência e marginalização. O reconhecimento só ganhou força mais recentemente e ainda é conflituoso.
D: incorreta — atribui o crescimento ao fim dos conflitos com proprietários rurais; conflitos fundiários continuam sendo uma realidade e não há evidência de que foram eliminados na década de 1990.
E: incorreta — afirma continuidade desde políticas de proteção do começo do século XIX; na verdade, políticas eficazes de proteção e reconhecimento surgem tardias (século XX e, sobretudo, pós-1988). Não houve reversão estável do “quadro de extermínio” tão cedo quanto o século XIX.
Estratégia para provas: desconfie de afirmações absolutas (sempre, nunca), procure vincular dados a processos (demográficos vs. identitários) e lembre-se de que enunciados que reconhecem complexidade histórica costumam ser corretos. Identifique palavras-chave como “tendência histórica”, “crescimento” e “autoidentificação”.
Fontes/Referências: IBGE (censos demográficos), Constituição Federal (arts. 231–232), estudos sobre demografia indígena e autoidentificação.
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