Calvino [...] introduziu a noção de progresso e
sucesso. Para o reformador genebrês, o indivíduo
era responsável perante Deus. De acordo com
suas possibilidades, devia tentar utilizar os meios
que Deus lhe dera para se aperfeiçoar, dar a seus
filhos chances de sucesso (principalmente por
meio da educação) e trabalhar de maneira a se
tornar um exemplo para seus próximos, seus
vizinhos e sua congregação. (GARRISSON, s.d,
p. 60)
A concepção calvinista quanto à relação entre o homem e os
bens resultantes do esforço do trabalho propiciou, de acordo
com o texto, a
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa A
Tema central: a questão trata da influência do calvinismo sobre a ética do trabalho e a relação com a riqueza — conteúdo recorrente em provas de História Geral e História Moderna. É preciso conectar a visão religiosa (doutrina calvinista) às consequências sociais e econômicas (valorização do esforço, sucesso e acúmulo de bens).
Resumo teórico: o calvinismo enfatizava a doutrina da predestinação e o conceito de "vocação" ou chamado para o trabalho. Para muitos, sinais de eleição divina apareciam no comportamento ético e no sucesso material obtido por meio do trabalho disciplinado. Max Weber analisou isso em A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo (1905): a ética calvinista contribuiu para a legitimação do acumular e reinvestir riquezas como expressão de progresso e responsabilidade moral.
Por que a alternativa A está correta: o enunciado afirma que o indivíduo devia usar os meios que Deus lhe dera para se aperfeiçoar e oferecer chances de sucesso aos filhos — ideia que remove a antiga suspeita moral sobre a busca por riqueza. Assim, o calvinismo permitiu a superação do medo de acumular riquezas, transformando-as em sinais de progresso e mérito pessoal, o que coincide com a alternativa A.
Análise das alternativas incorretas:
B — Errada. A condenação do lucro por usura é típica do ensinamento medieval católico; o calvinismo não promoveu uma condenação geral do lucro obtido por atividades comerciais legítimas nem incentivou o ódio às nascente casas bancárias.
C — Errada. A defesa do "justo preço" e lucro limitado refere-se às práticas corporativas medievais (ofícios, guildas), não à ética calvinista que favoreceu o trabalho produtivo e acumulação.
D — Errada. Não houve queda imediata dos antagonismos econômicos entre comerciantes católicos e protestantes; as transformações foram culturais e econômicas complexas, não uma simples dissolução de conflitos.
E — Errada. O calvinismo valorizou o trabalho diligente e a disciplina; o ócio e lazer como símbolos de prestígio não eram incentivados como ideal moral na doutrina calvinista.
Fontes recomendadas: Max Weber, A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo; obras introdutórias de História Moderna e artigos sobre o protestantismo e o capitalismo (ex.: Britannica).
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