Este considerável aumento de produção que, devido à divisão do trabalho, o mesmo número de pessoas é capaz de realizar, é resultante de três circunstâncias diferentes: primeiro, ao aumento da destreza de cada trabalhador; segundo, à economia de tempo, que antes era perdido ao passar de uma operação para outra; terceiro, à invenção de um grande número de máquinas que facilitam o trabalho e reduzem o tempo indispensável para o realizar, permitindo a um só homem fazer o trabalho de muitos.

(Adam Smith. Investigação sobre a Natureza e as Causas da

Riqueza das Nações (1776), in Adam Smith/Ricardo.

Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1984.)

O texto, publicado originalmente em 1776, destaca três características da organização do trabalho no contexto da Revolução Industrial:

Gabarito: E

Tema central: divisão do trabalho na Revolução Industrial. O trecho de Adam Smith aponta as causas do aumento da produtividade: especialização do trabalhador, fragmentação das tarefas e uso de máquinas — conceitos fundamentais para compreender a industrialização e os novos modos de produção (ver Adam Smith, The Wealth of Nations, 1776; síntese em Hobsbawm, A Era das Revoluções).

Resumo teórico rápido: - Divisão do trabalho: fragmentação das tarefas em etapas simples, aumentando eficiência e destreza. - Especialização: cada operário repete poucas operações, tornando-se mais hábil. - Maquinização: invenção de máquinas que amplificam a produtividade e reduzem o tempo por operação. Esses elementos são a base da produção fabril moderna e explicam o crescimento produtivo na indústria nascente.

Por que a alternativa E é correta: o texto menciona explicitamente três pontos: aumento da destreza de cada trabalhador (especialização), economia de tempo ao evitar trocas entre operações (parcelamento das tarefas) e invenção de máquinas (maquinização). A alternativa E resume esses três elementos de forma fiel ao enunciado.

Análise das alternativas incorretas:

A — “introdução de máquinas” está correta, mas “valorização do artesanato” contradiz o processo industrial (a produção mecanizada substituiu muitos artesãos) e “aparecimento da figura do patrão” é genérico e não é explicitado no trecho.

B — fala em “aumento do mercado consumidor” e “liberdade no emprego do tempo”; o texto trata de organização produtiva interna, não de mercado nem de liberdade de tempo (ao contrário, a divisão tende a disciplinar o trabalho). “Diminuição na exigência de mão de obra” não é o foco da passagem.

C — menciona “escassez de mão de obra qualificada” e “esforço de importação”, aspectos não presentes no trecho; “disciplinarização do trabalhador” é um tema relacionado à fábrica, mas não é um dos três pontos destacados por Smith aqui.

D — “controle de qualidade”, “relógio de ponto” e “melhoria na distribuição” são conceitos associados a prática industrial posterior ou a gestão, mas não correspondem aos três elementos citados no texto original.

Dica de prova: identifique palavras-chave do enunciado (aqui: destreza, tempo entre operações, invenção de máquinas) e busque a alternativa que contenha conceitos-sinônimos. Elimine opções que introduzem temas não mencionados ou contraditórios.

Fontes sugeridas: Adam Smith, The Wealth of Nations (1776); Eric Hobsbawm, A Era das Revoluções.

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