Questão 0ffe4bc1-b0
Prova:UDESC 2017
Disciplina:História
Assunto:Mercantilismo, Colonialismo e a ocupação portuguesa no Brasil, História do Brasil

É prática comum nos programas escolares a delimitação de datas que marcam o início e, muitas vezes, o fim de processos históricos. No caso da História do Brasil, o ano de 1500 recebe bastante atenção.

A respeito do ano de 1500 como início oficial da História do Brasil, analise as proposições.

I. A definição de datas como marcos históricos tem implicações políticas, uma vez que elege certos eventos como fundamentais. No caso da História do Brasil, a ênfase no ano de 1500 ressalta a importância atribuída à chegada dos europeus para a constituição da história brasileira.
II. Ao definir o ano de 1500 como marco inicial para a História do Brasil, corre-se o risco de desconsiderar a importância da história, as características e os costumes dos vários grupos indígenas que já habitavam o território, que seria posteriormente conhecido como Brasil.
III. A definição do ano de 1500, como marco para o início oficial da História do Brasil, foi resultado de uma série de demandas populares que reivindicavam a possibilidade de opinar a respeito da oficialização da História Nacional.

Assinale a alternativa correta.

A
Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
B
Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
C
Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
D
Somente a afirmativa I é verdadeira.

E
Somente a afirmativa II é verdadeira.

Gabarito comentado

G
Gabrielle FrancoMonitor do Qconcursos

Resposta correta: Alternativa A

Tema central: a questão trata da escolha de marcos cronológicos — aqui, o ano de 1500 — e das implicações historiográficas e políticas dessa opção. É frequente em provas cobrar a consciência de que datas não são neutras: apontam prioridades interpretativas e podem silenciar outras vozes (como as indígenas).

Resumo teórico: a delimitação de um “início” histórico insere-se na reflexão sobre construção de memória e identificação nacional. Historiografia crítica destaca o caráter eurocêntrico dessa prática e aponta o risco de excluir culturas e experiências pré-coloniais. Fontes úteis: Diretrizes Curriculares (PCN/BNCC) para ensino de História; obras introdutórias como Boris Fausto (História do Brasil) e estudos sobre povos indígenas (ex.: Manuela Carneiro da Cunha).

Justificativa da alternativa A: I é verdadeira — escolher 1500 como marco valoriza a chegada europeia e expressa uma leitura em que o processo histórico brasileiro começa com o contato colonial, o que tem clara implicação política/cultural. II é verdadeira — essa escolha tende a minimizar ou invisibilizar as histórias, sociedades e saberes indígenas que existiam antes do contato. Ambos são pontos amplamente discutidos na historiografia contemporânea.

Por que III é falsa: afirmar que o marco de 1500 foi resultado de “demandas populares” é incorreto. A oficialização desse marco decorreu de tradições escolares, práticas acadêmicas e projetos nacionais que privilegiaram a narrativa colonial — não de movimentos populares reivindicando a “oficialização” da História Nacional.

Análise rápida das alternativas incorretas: B (II e III): incorreta porque III é falsa. C (I e III): incorreta pelo mesmo motivo. D (somente I): incorreta porque II também é verdadeira. E (somente II): incorreta porque I também é verdadeira.

Dica de prova: ao avaliar proposições, busque termos como “resultado de demandas populares” — verifique se há evidência histórica para tal afirmação. Em temas de historiografia, prefira interpretações fundamentadas em estudos sobre memória, ensino e política cultural.

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