A sociedade brasileira se desenvolveu historicamente numa linha marcada pelo controle político das elites
locais, dos grandes proprietários de terras, fazendeiros, agricultores e pecuaristas. Na década de 1920, a
economia brasileira era essencialmente agrícola, época em que quase 70 % da população em atividade
trabalhava na agricultura. Os grandes proprietários de terras eram chamados de “coronéis” e controlavam
o universo social brasileiro. A partir dessas informações é correto afirmar:
Gabarito comentado
Resposta correta: C
Tema central: coronelismo e clientelismo na República Velha (início do século XX). Trata-se da dependência econômica e política dos trabalhadores rurais em relação aos grandes proprietários — os “coronéis” — que controlavam votos, renda e acesso a serviços.
Resumo teórico: o coronelismo caracteriza-se por relações de poder local baseadas na posse de terra, influência social e troca de favores (clientelismo). A relação patrão/peão incluía controle do trabalho, assistência seletiva (crédito, socorro, cargos) e coerção no voto (voto de cabresto). Autores clássicos: Victor Nunes Leal e Raymundo Faoro.
Por que a alternativa C está correta? Porque descreve com precisão a exploração laboral e a dependência: nas fazendas havia salários muito baixos e condições precárias, o que tornava os trabalhadores sujeitos ao poder econômico e político dos coronéis. Essa dependência era a base do controle eleitoral e social exercido por essas elites.
Análise das opções incorretas:
A — Errada. Clientelismo não é forma de punição; é uma troca de favores (benefícios em troca de votos/lealdade). Punição não é definição adequada.
B — Parcialmente verdadeira, mas enganosa. É verdade que coronéis prestavam favores pessoais (educação, socorro), mas sua influência não se restringia ao meio rural: atingia estruturas políticas locais e também os circuitos urbanos eleitorais, por meio de alianças e controle do eleitorado.
D — Errada. Contradiz a prática histórica: os coronéis buscavam controlar e direcionar o voto dos eleitores (voto de cabresto), não defendiam voto livre e secreto. O voto secreto, quando implementado nacionalmente, diminuiu estilos explícitos de coerção.
E — Parcialmente verdadeira em tom equivocado. Os coronéis tinham prestígio e, por vezes, controle paramilitar local, mas a afirmação de que eram impedidos pela presidência de formar forças é imprecisa e irrelevante ao fenômeno central (o poder local derivava da economia agrária e do controle social, não de autorização presidencial formal).
Dica de concurso: busque palavras-chave no enunciado: “dependência”, “grandes proprietários”, “controle político” → conecte com clientelismo e “voto de cabresto”. Desconfie de alternativas que trocam sentido (p.ex. clientelismo = punição) ou que usam termos absolutos como “apenas”.
Fontes recomendadas: Victor Nunes Leal (estudos sobre coronelismo) e Raymundo Faoro, além de capítulos de história do Brasil em manuais de República Velha.
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