Sobre o chamado "governo-geral", criado no Brasil pela Coroa portuguesa em meados do século XVI,
marque a opção CORRETA.
Gabarito comentado
Alternativa correta: B
Tema central: o Governo‑Geral (implantado em 1549) foi a tentativa da Coroa portuguesa de centralizar a administração colonial no Brasil. Para responder é preciso conhecer sua atuação política, militar e religiosa — especialmente a relação com os jesuítas e as várias frentes de conflito com povos indígenas e potências europeias (franceses).
Resumo teórico: em 1549 a Coroa nomeou o primeiro governador‑geral (Tomé de Sousa) e criou uma administração central em Salvador. O Governo‑Geral coordenou defesa, justiça, política indigenista e relações com a Igreja, viabilizando missões jesuíticas (Nóbrega, Anchieta) que atuaram como interlocutores e mediadores nas disputas com indígenas e estrangeiros.
Por que B está correta: o governo‑geral deu suporte institucional e militar à presença jesuítica no território, permitindo ações como a mediação que culminou na Paz de Iperoig (1563), negociada com a participação de padres (Anchieta) e com o apoio dos poderes coloniais para conter a Confederação dos Tamoios articulada com franceses. Ou seja, houve cooperação entre autoridade civil e missionária para pacificação.
Análise das alternativas incorretas:
A — parcialmente verdadeira ao dizer que o Governo‑Geral centralizou a administração, mas exagera ao afirmar que substituiu totalmente o sistema de capitanias hereditárias e que seu efeito principal foi intensificar “sobretudo a produção açucareira”. Muitas capitanias continuaram a existir e a economia açucareira avançou por razões territoriais e mercantis mais amplas, não apenas pela criação do Governo‑Geral.
C — embora o Governo‑Geral tenha apoiado ações militares contra os franceses, a fundação do Rio de Janeiro (1565) envolveu iniciativa militar local (Estácio de Sá) e conflitos prolongados; afirmar que foi ele o marco da expulsão definitiva dos franceses no século XVI é impreciso, pois outras presenças francesas só foram totalmente eliminadas em fins do século XVI/início do XVII em outras regiões.
D — reúne erros factuais: a pecuária expandiu-se em ritmos e regiões distintas (o Sul só foi efetivamente ocupado mais tardiamente), e a afirmação confunde eventos e cronologias (a criação de diocese e as fundações urbanas têm especificidades; nem todas ocorreram por obra exclusiva do Governo‑Geral conforme descrito).
Dica de prova: identifique termos absolutos (sempre, substituiu, definitivo) como sinais de pegadinha; relacione data/ato administrativo (1549; Tomé de Sousa) com eventos atribuídos para checar coerência cronológica.
Principais leituras: Caio Prado Júnior, Formação do Brasil Contemporâneo; estudos sobre jesuítas (Nóbrega/Anchieta) e obras de historiadores como Sérgio Buarque de Holanda.
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