De Juscelino Kubitschek, como presidente, em mensagem ao Congresso Nacional (15.03.1956):
… dificilmente se consolidará a revolução industrial, sem uma sólida base agrícola e sem um mercado interno em expansão…;
e, como ex- presidente, no jornal Correio da Manhã (21.04.1963):
Todo país que fez a Reforma Agrária despreparado industrialmente fracassou (...) Estamos preparados para pôr em prática um programa de tal natureza, pois já existe no Brasil uma indústria de base...
As duas citações permitem sustentar que Kubitschek
… dificilmente se consolidará a revolução industrial, sem uma sólida base agrícola e sem um mercado interno em expansão…;
e, como ex- presidente, no jornal Correio da Manhã (21.04.1963):
Todo país que fez a Reforma Agrária despreparado industrialmente fracassou (...) Estamos preparados para pôr em prática um programa de tal natureza, pois já existe no Brasil uma indústria de base...
As duas citações permitem sustentar que Kubitschek
Gabarito comentado
Alternativa correta: E
Tema central: conflito entre industrialização e reforma agrária na política brasileira dos anos 1950–60, especialmente durante o governo de Juscelino Kubitschek (Plano de Metas). É preciso entender como mudança de posição ou ênfase entre dois momentos discursivos indica prioridade política.
Resumo teórico curto: o modelo de substituição de importações (décadas de 1950–60) privilegiou a rápida acumulação industrial e a criação de um mercado interno. No debate, alguns defendiam prioridade à reforma agrária para garantir base social e consumo; outros priorizavam a indústria como motor do desenvolvimento. Fontes úteis: Plano de Metas (1956), discursos de JK, obras de Thomas Skidmore e Boris Fausto sobre desenvolvimento e reformas no Brasil.
Por que a alternativa E está certa: nos dois trechos há mudança de ênfase. Como presidente JK ressalta que a indústria precisa de “sólida base agrícola” e mercado interno — sugerindo que agricultura e mercado são condicionantes da industrialização. Já em 1963 ele afirma que reformas agrárias feitas sem preparo industrial fracassaram e que o Brasil já dispõe de indústria de base, ou seja: sua argumentação passou a priorizar a industrialização (pois ela estaria consolidada), invertendo a ênfase inicial. Isso corresponde à alternativa E: mudança na prioridade, favorecendo a indústria em detrimento da reforma agrária.
Análise das alternativas incorretas:
A — fala em autocrítica sobre combinar industrialização com reforma agrária; mas JK não se autocritica explicitamente nem propõe ter as duas simultâneas como falha própria.
B — afirma que reconhece ter falhado na reforma agrária; o texto não contém confissão de fracasso pessoal, apenas argumento sobre condições para reforma.
C — diz que, ex‑presidente, ele passa a defender reforma agrária para se justificar; ao contrário, ele alerta que a reforma sem indústria tende a fracassar e afirma que o país já tem indústria — não uma defesa prioritária da reforma.
D — sugere crítica a políticos que ainda defendem prioridade da reforma sobre a indústria; JK não ataca políticos, mas expõe uma tese técnica: a necessidade de preparo industrial antes da reforma.
Dica de interpretação: observe os marcadores temporais (“como presidente” / “como ex‑presidente”) e o conteúdo objetivo de cada trecho — não se prenda a suposições sobre intenções pessoais, mas ao que os enunciados efetivamente defendem.
Fontes sugeridas: Plano de Metas (1956); artigos de JK no Correio da Manhã (1963); Skidmore, Thomas — Brazil: Five Centuries of Change; Fausto, Boris — História do Brasil.
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